A China possui a segunda maior economia do mundo, com sua indústria manufatureira classificada como a número um. Entre as 500 maiores corporações do planeta, 73 são empresas chinesas, das quais três estão classificadas entre as dez primeiras. Apesar disso tudo, a China não consegue estabelecer qualquer marca respeitável e, portanto, mais valiosa.
Diz-se que a força do reconhecimento de marca é uma manifestação da força econômica de um país.
Foi revelado pela Administração Geral de Supervisão de Qualidade, Inspeção e Quarentena da China que 90% dos produtos de exportação da China são OEM (fabricante de equipamento original). Mesmo assim, nem uma das marcas “made in China” figura na lista das 100 principais marcas mundiais.
Zhang Dongli, consultor-especialista na gestão de marcas de Shanghai, admite que o processo internacional de branding da China é lento. Ele ressalta que, devido à instabilidade no ambiente político da China, muitas pessoas fazem negócios de curto prazo para lucros rápidos, sem planos de investimento em longo prazo.
“A construção de marca é um investimento de longo prazo, leva tempo para colher os frutos. As marcas são ativos intangíveis – não é como um negócio de fabricação comum que gera lucros, desde que haja equipamentos, encomendas e produção. Não se sabe se o investimento em marcas será rentável.”
Como resultado, “produtos ‘made in China’ têm a reputação de ser de baixa qualidade e baixo preço, criando uma barreira para as marcas chinesas ganharem reconhecimento internacional”, disse o professor Xie Tian, da Escola de Negócios da Universidade da Carolina do Sul-Aiken.
“Temos um princípio em marketing chamado ‘efeito de origem’. Por exemplo, as pessoas geralmente consideram que a qualidade dos produtos japoneses é muito boa”, disse Xie. “Os produtos feitos na China geralmente não são de boa qualidade, assim mesmo produtos de boa qualidade fabricados na China são afetados.”
Outro fator é que produtos falsificados são abundantes na China, o que afeta negativamente a opinião sobre as marcas chinesas. Tornou-se até um símbolo de status na China possuir produtos de marcas falsificadas. Um relatório publicado em abril pela Organização das Nações Unidas indicou que dois terços de todos os produtos falsificados no planeta podem ser rastreados até a China.
Estatísticas da Alfândega dos EUA mostram que, em 2012, os bens fraudulentos e a pirataria da China continental somavam mais de US$ 900 milhões, representando 72% do volume total apreendido nos Estados Unidos.
Por outro lado, mesmo aos olhos dos consumidores chineses, seus produtos também não são tão bons quanto as marcas estrangeiras. Turistas chineses gastariam no estrangeiro quatro vezes mais do que consumidores de outros países.
O professor Xie ressaltou que, para estar entre as 100 melhores marcas do mundo, a China deve proteger os direitos de propriedade intelectual e intensificar os esforços para combater as marcas falsificadas. A China ainda está muito longe de ganhar reconhecimento internacional de marca.
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