Poluição da água gera ‘epidemia de câncer’ na província chinesa de Shandong

03/03/2013 17:42 Atualizado: 03/03/2013 17:42
Um retrato da poluição em Shandong, um fragmento do que ocorre amplamente pela China (Weibo.com)

Chineses no distrito de Jinling, na província de Shandong, vivem sob a sombra da morte, cercados por indústrias químicas que descarregam lixo tóxico nas águas subterrâneos da região.

De acordo com um relatório da Rádio Nacional da China, os moradores dizem que há um funeral quase diariamente e o cemitério público está praticamente cheio de novas sepulturas cada vez mais frequentes.

Jinling está localizada perto do Parque Industrial Químico de Qilu, na cidade de Zibo, onde uma empresa de distribuição de produtos químicos descarrega resíduos num pequeno riacho que margeia o distrito. O fluxo de água costumava ser claro e cintilante, mas agora irradia um exótico azul-pavão e o mau cheiro é insuportável.

O câncer é tão comum na região que os moradores caçoam que há um “vírus do câncer”, além da aldeia ser bem conhecida no hospital provincial do câncer. Sempre que um paciente chega da cidade de Zibo, funcionários do hospital perguntam, “Você é de Jinling?”

Com o rápido desenvolvimento de cânceres terminais gástricos, pulmonares e esofágicos, os moradores desta cidade de cerca de 15 mil estão morrendo em seus 30 e 40 anos. Em muitos casos, quando o câncer é diagnosticado, já está em estágio terminal.

A água é tão venenosa que as noivas que se casam fora da aldeia só voltam para uma visita de um dia e então partem imediatamente. Elas nunca se banham por lá, dizem elas, pois a contaminação é tão severa que queima a pele.

Desde 2005, a qualidade da água da torneira se deteriorou, segundo os moradores, e frequentemente tem um tom avermelhado ou amarelado. Ultimamente, quando a água da torneira é fervida numa chaleira, um vapor químico denso é emanado e a água cheira a benzeno.

A produção rural originária de Jinling é evitada no mercado local e os potenciais clientes rapidamente se afastam quando descobrem onde foi cultivado.

Quando os aldeões recentemente tentaram usar água de poço, como faziam antes dos anos 1970, eles descobriram que até mesmo os poços estão contaminados. Em suas palavras, a água que retiraram era “turva e inquietante”, assim, todos os poços foram novamente lacrados.

Os locais contam com tristeza como a água envenenada drenou a vitalidade de sua terra natal. Os jovens saem para trabalhar e criam suas famílias em outros lugares. Aqueles que permanecem notam que não existem mais muitas crianças em idade escolar e há cada vez menos animais como cães e gatos. Até mesmo os insetos morreram ou foram embora.

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