Uma grande parte da China estava coberta por uma densa fumaça no início desta semana, de acordo com um relatório da Organização Mundial de Saúde. O documento afirma que os níveis de partículas danosas à saúde que estavam presentes no ar atingiu um nível aproximadamente 50 vezes mais elevado do que o máximo estabelecido pela organização – foram os números mais altos já registrados no país.
China air pollution is visible from space, The Great Wall is not. pic.twitter.com/tmywhLq6NY
— Mind Blowing Facts (@blowingfact) 31 outubro 2015
Fotos compartilhadas nas mídias sociais mostraram a fumaça obscurecendo totalmente alguns edifícios em Changchun, capital da província de Jilin.
Os níveis de PM2.5, que são minúsculas partículas suspensas no ar consideradas nocivas à saúde, atingiu um nível astronômico de 860 microgramas por metro cúbico, segundo a OMS, conforme relatado pela AFP. O nível máximo recomendado pela OMS é de 24 microgramas ao longo de um período de 24 horas.
Muitos chineses expressaram sua indignação nas mídias sociais. “Esperar o vento mudar é a forma como o governo lida com a poluição atmosférica”, disse uma pessoa no Sina Weibo, um site chinês semelhante ao Twitter.
“A neblina de hoje está muito severa e sufocante. Quando saí pela porta, eu pensei que a casa de alguém estava pegando fogo”, escreveu outra pessoa em Changchun. “Preciso entrar dentro de algum estabelecimento. Meus olhos chegam a doer “, disse outro no site de microblog. “Este tempo é nojento. Minha garganta parece estar em carne viva de tanta dor”, disse outro.
Em Shenyang, a quantidade de PM2.5 chegou a um nível ainda maior: 1.157 microgramas por metro cúbico, informou o jornal The Telegraph. Algumas partes da cidade atingiram níveis superiores a 1.400.
China’s latest airpocalypse is really something https://t.co/ItIZG9pIfI pic.twitter.com/4ORfiHNmw9 — Matt O’Brien (@ObsoleteDogma) 9 novembro 2015
O porta-voz dos setores de Clima e Energia do Greenpeace, Dong Liansai, disse ao Telegraph que a situação de Shenyang foi a pior já registrada, desde que as autoridades chinesas começaram a monitorar a qualidade do ar, em 2013.
De fato, os problemas de poluição na China tendem a piorar no inverno, a medida que o consumo de energia elétrica – em grande parte alimentada pela queima de carvão – aumenta.
Airpocalypse now: #China pollution reaching record levels. https://t.co/2oz09gPtFw pic.twitter.com/iUUOLfn0Ld
— Virgilio Pasotti (@pasotti_) 9 novembro 2015
China is spewing out much more pollution than we ever imagined https://t.co/ppMYIScp42 pic.twitter.com/dJgrYrXw7H — Mother Jones (@MotherJones) 5 novembro 2015
Thick smog blankets NE. China’s Liaoning Province; visibility in Shenyang city within 100 meters pic.twitter.com/sv4qll9iNo
— CCTVNEWS (@cctvnews) 8 novembro 2015
In China last week, I took these pics a day apart in Anhui. The second after rain scrubbed the smog away. pic.twitter.com/vzxH7UPZS9 — Iain Marlow (@iainmarlow) 4 novembro 2015
“A principal razão para a poluição é a queima de carvão nas províncias a noroeste da China, necessária para o aquecimento público, que começa no inverno”, disse Dong.
“A China precisa controlar a quantidade de carvão que consome no país inteiro.”
As fotos da poluição atmosférica em Shenyang mostram um quadro sombrio, com uma pessoa vestindo uma máscara de gás militar enquanto andava de bicicleta. Outras pessoas estavam vestindo as máscaras respiratórias comumente vistas no leste da Ásia.
Um estudo, publicado pela revista PlosOne, mostrou que a severa poluição atmosférica na China está ligada a cerca de um sexto das mortes prematuras, matando aproximadamente 1,6 milhão de chineses a cada ano.