Durante o julgamento recente de Bo Xilai, um político chinês desgraçado da elite do Politburo, a Procuradoria apresentou provas de que Gu Kailai, a esposa de Bo Xilai, comprou uma casa na França que valia mais de US$ 3 milhões. A família de Bo, no entanto, é apenas uma de inúmeras famílias de oficiais com ativos e familiares no estrangeiro, principalmente na Europa, Austrália, Canadá e Estados Unidos.
Zeng Wei, o filho de outro ex-membro do Politburo, Zeng Qinghong, pagou US$ 28 milhões por uma mansão antiga num subúrbio de Sydney em 2008, segundo um artigo do Sydney Morning Herald em abril de 2010.
Os chineses estão legalmente restritos a transferirem não mais do que 50 mil dólares para fora do país em um ano, segundo a mídia estatal Xinhua.
No entanto, entre 2000-2011, a economia chinesa assistiu a uma saída hemorrágica de US$ 3,79 trilhões em fluxos financeiros ilícitos do país, segundo um relatório da Global Financial Integrity em outubro de 2012, o que de certa forma contextualiza a onda de compras de imóveis.
Vancouver no Canadá é frequentemente identificado como um refúgio para altos oficiais do Partido Comunista Chinês (PCC) que procuram um local no estrangeiro para enviar suas famílias. Na porção ocidental desta metrópole canadense, cerca de 20% da população agora é composta de pessoas originárias da China, segundo um artigo da mídia japonesa Asahi Shimbun do final de 2012.
Agentes imobiliários dizem que, em toda a Europa, chineses ricos estão abocanhando uma gama bastante diversificada de propriedades, incluindo vinhedos franceses, casas em aldeias medievais na Itália e casas de praia luxuosas na Espanha, segundo a Xinhua.
Chineses também estão comprando apartamentos recém-construídos em Paris e Londres, onde há boas escolas, informou o The Guardian.
Dados da Associação Nacional de Corretores de Imóveis dos EUA mostram os chineses, ao lado dos canadenses, como o grupo que cresce mais rapidamente na compra de casas.
Chipre, Portugal e Grécia, no sul da Europa, também se tornaram alvos recentes de compradores chineses endinheirados, disse um artigo da Bloomberg em 21 de agosto.
No entanto, as famílias de oficiais do PCC e de funcionários do governo de alto escalão frequentemente escondem seu status quando compram casas e outras propriedades.
“O que é comum entre eles é sua tendência de evitar o contato com os outros e limitar o escopo de suas atividades sociais a um pequeno grupo de pessoas de confiança”, disse uma chinesa, familiarizada com cerca de 10 oficiais do PCC no Canadá, ao Asahi Shimbun.
Um agente imobiliário no norte da Califórnia disse ao Epoch Times que no ano passado ela conheceu um casal chinês que tentava comprar uma casa de US$ 3 milhões em Palo Alto. Quando ela perguntou ao casal em que linha de negócio eles estavam, eles se recusaram a responder.