Políticos canadenses pedem a libertação de prisioneiro chinês

22/04/2014 12:04 Atualizado: 22/04/2014 12:04

Dois membros do Parlamento canadense fizeram um apelo público e firme às autoridades chinesas que libertem uma praticante do Falun Gong que faz greve de fome há mais de um mês numa prisão na China.

Joan Crockatt, um congressista de Calgary, disse num comunicado: “A vida de Chen Yinghua está em perigo iminente. O pai de Chen, um cidadão canadense de Calgary, foi proibido de vê-la ontem (17) no Centro de Detenção No. 2 de Shijiazhuang e está extremamente preocupado com sua segurança, assim como eu.”

“Desejamos ver uma ação imediata neste caso”, disse outro congressista, James Lunney, que representa Nanaimo Alberni.

Os políticos podem ter sido em parte despertados pelos gritos da mãe de Chen Yinghua, Huang Jinling, de 70 anos, que realizou uma conferência de imprensa em lágrimas diante do consulado chinês em Calgary em 15 de abril. “Ajudem a minha filha! Ela está morrendo!”, gritava Huang.

Chen Yinghua foi preso pela polícia em Shijiazhuang, capital da província de Hebei, em 12 de março, quando acompanhava sua sobrinha Bian Xiaohui, que ia visitar o pai preso por praticar o Falun Gong, uma prática espiritual tradicional chinesa que tem sido perseguida pelas autoridades comunistas na China desde 1999.

Depois que a polícia rejeitou seu pedido de visita, Bian protestou em frente à prisão, exibindo uma faixa que dizia: “Eu quero ver meu pai”. Chen acompanhou Bian em apoio e a fotografou na ocasião. Ambas foram presas pela polícia após o protesto, disse Huang, a mãe de Chen, na conferência de imprensa.

O Falun Gong, uma prática de meditação que ensina os princípios de verdade, compaixão e tolerância, era praticado por mais de 70 milhões de pessoas na China no fim da década de 1990, segundo dados oficiais. A perseguição que começou em 1999 tem visto centenas de milhares enviados para campos de trabalho forçado e prisões, onde são frequentemente torturados e mortos. “Prisões negras” e Centros de Educação Legal, onde agentes de segurança tentam forçar os praticantes do Falun Gong a desistir de suas crenças, também foram criados por toda a China.

Chen fez uma greve de fome em protesto assim que foi presa. Ela agora estaria “muito magra” e “próxima da morte”, segundo seu advogado, o sr. Lan. Seu pai também foi impedido de visitá-la. Na sexta-feira, a mãe de Chen disse que a polícia havia começado a alimentá-la à força, mas foram obrigados a parar por causa de sua condição debilitada.

Ela foi acusada de “usar atividades religiosas heréticas para minar a implementação da lei”, informou seu pai Chen Zhiming numa entrevista por telefone. Acusações vagas são frequentemente usadas pela força de segurança chinesas contra praticantes do Falun Gong, mas advogados chineses veem isso como uma acusação sem fundamentos na lei chinesa. “Eles a prenderam primeiro e inventaram uma acusação e justificativa para puni-la depois”, disse Chen.