Política do filho único na China poderá ser relaxada uma província por vez

12/03/2013 21:05 Atualizado: 12/03/2013 21:05
Uma chinesa passa por uma propaganda que encoraja casais a terem apenas um filho, numa estrada na periferia de Pequim, em 25 de março de 2001 (Goh Chai Hin/AFP/Getty Images)

A rigorosa política de planejamento familiar do Partido Comunista Chinês (PCC) e sua aplicação estão atualmente em discussão nas maiores reuniões anuais do regime que ocorrem no momento em Pequim.

Representantes do Congresso Popular Nacional (CPN), o legislativo-carimbo da República Popular da China (RPC), recomendaram que fosse permitido um segundo filho por família e o representante da província de Guangdong pediu pela terceira vez que a política do filho-único seja abandonada.

Ma Xu, um oficial de alto escalão da Comissão Nacional de Planejamento Familiar e Populacional do PCC, disse em 3 de março que algumas províncias poderão começar a explorar uma política de dois filhos, provavelmente as três províncias do noroeste, Liaoning, Jilin, e Heilongjiang, segundo artigos da mídia estatal.

O oficial disse que a taxa de natalidade da China é baixa, por isso, as autoridades estão considerando ajustes graduais. Ele disse que a política do segundo-filho deve ser aplicada inicialmente nas cidades de primeiro nível, que são centros urbanos mais desenvolvidos e povoados.

He Youlin, um representante do CPN e diretor da Escola Secundária Memorial de Zhongshan, na província de Guangdong, questionou mais uma vez a política do filho-único e sugeriu a permissão de um segundo filho. Ele acredita que isso ajudaria a aliviar a pressão sobre as faixas populacionais ativas e aposentadas, bem como permitir uma vida familiar mais harmoniosa e o desenvolvimento mais saudável das crianças, relatou o Noticiário da Noite de Yangcheng.

Ele disse ao Diário Metropolitano do Sul que até o fim de 2008, a população idosa da China aumentará para 169 milhões, representando 12,8% da população total do país e aumentando a uma média de quase 10 milhões por ano, segundo estatísticas do departamento de assuntos civis.

Em 2020, o número de pessoas com mais de 60 representará 16,7% do total, subindo para 31,1% em 2050, o que seria muito maior do que a média mundial. Se cada casal tem apenas um filho, a pressão seria grande no momento em que atingissem a idade da aposentadoria e muitas famílias poderiam acabar sem sequer um filho, disse ele.

Tais filhos únicos, uma vez casados, teriam de prestar auxílio a quatro pais idosos e a próxima geração teria de dar apoio a oito idosos após o casamento, que segundo ele era “extremamente desarrazoado”.

Um especialista acredita que a população da China não explodirá, mesmo que a política de planejamento familiar seja completamente cancelada.

O Prof. Liang Jianzhang da Escola de Administração Guanghua da Universidade de Pequim, disse, “Se não ajustarmos a política agora, podemos perder a última chance de resolver a questão do envelhecimento da população, o que poderá levar a uma série de graves problemas econômicos e sociais”, reportou o Diário Metropolitano do Sul.

Ele comparou a China a países com grau semelhante de desenvolvimento econômico e urbanização, como Coreia do Sul e Taiwan na década de 1990. Os dois países tinham uma taxa de natalidade média de 1,5 filhos por mulher durante esse período e a Tailândia tem atualmente a mesma taxa. O Vietnã, que é menos desenvolvido do que a China, só tem taxa de natalidade de 1,8 filhos por mulher, disse ele.

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