Mais de uma dúzia de policiais de toda a China se reuniram em Pequim recentemente para protestar contra a corrupção do Partido Comunista no sistema político e legal e numa carta aberta às autoridades apelaram por tratamento justo para suas queixas.
Os oficiais são de diversos locais da China, incluindo as províncias de Henan, Hubei, Hebei, Sichuan, Heilongjiang e Jilin. Eles foram demitidos ou maltratados no trabalho quando apontaram comportamento corrupto ou delataram seus superiores violando a lei e abusando do poder ou quando se recusaram a cumprir ordens antiéticas.
Alguns foram jogados na prisão ou perderam seus empregos, sendo forçados a se tornarem catadores de lixo ou empacotadores de alimentos.
Sua reunião mais recente em Pequim ocorreu na histórica Ponte Lugou ou Ponte de Marco Polo, cerca de 9 km do centro da cidade.
Um caso típico é o de Tian Lan, que era uma oficial-administrativa do Departamento de Polícia da cidade de Handan, na província de Hebei, antes que seus problemas começassem. Em 2002, ela ajudou a expor a corrupção do vice-diretor do departamento, Yang Junhai, e do capitão de polícia Zheng Chengyue. A história foi relatada na primeira página do jornal local, o Evening News Handan.
Os dois tinham abusado do poder, prendido pessoas ilegalmente e desviado uma grande soma de recursos públicos, segundo o artigo. Em retaliação, eles fizeram falsas acusações contra Tian Lan, que acabaram pondo-o na prisão por vazamento de “segredos de Estado”.
Tian Lan repetidamente apelou às autoridades de Pequim, mas não viu nenhum resultado em 10 anos. Numa entrevista ao Epoch Times, Tian disse, “Quanto mais eu apelo, mais os oficiais corruptos sobem nas fileiras.”
Por causa de suas petições, ela é muitas vezes seguida e ameaçada. Sem seguridade social ou qualquer tipo de assistencialismo, ela tem pedido dinheiro emprestado para se manter.
Tian Lan disse que o Comitê dos Assuntos Político-Legislativos (CAPL), um órgão do Partido Comunista Chinês (PCC) que controla todas as agências de aplicação da lei na China, é parte do problema. “Uma declaração de certos membros no CAPL vai além da lei. A existência de toda a organização não tem base legal. Isso já deveria ter sido eliminado”, disse ela.
A carta aberta do grupo pede às autoridades centrais do PCC para punir funcionários corruptos no sistema de justiça, abrir uma investigação sobre sentenças erradas, realizar audiências públicas e reparar as vítimas dos crimes.
Outros policiais do grupo têm histórias semelhantes à de Tian Lan. He Zuhua, do Departamento de Polícia da cidade de Xinxiang, foi enviado para a prisão por expor a corrupção da promotoria local.
“Temos sido direta e pessoalmente vitimados pelo sistema judicial”, disse ele. “Nesta carta aberta, temos a intenção de levar a questão perante as autoridades superiores, para pedir que tomem medidas decisivas e acabem com a corrupção, caso contrário, mais pessoas se tornarão vítimas, agravando a instabilidade interna.”