Com o desmantelamento do principal acampamento das manifestações pró-democracia em Hong Kong na quinta-feira, a polícia fez dezenas de detenções. A maioria delas era de rotina, quase simbólica, como a detenção de figuras públicas conhecidas como o magnata da mídia Jimmy Lai, que foram algemadas e escoltadas para viaturas policiais enquanto a mídia observava.
Mas antes e durante esses eventos, a polícia também realizou a prisão de quatro jovens, alguns em suas casas, que foram acusados de envolvimento em “reunião ilegal” e de aliciamento de outros.
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Esta é a primeira vez que a polícia de Hong Kong persegue e leva em custódia ativistas da democracia envolvidos nos protestos recentes que fecharam as ruas principais da cidade pelas últimas 10 semanas.
Alguns grupos já estão chamando as prisões de uma forma de retaliação política, algo que era temido entre os ativistas desde o início.
“Após a limpeza do Almirantado e o fracasso da Revolução Guarda-Chuva, a polícia não podia esperar para prender muitos ativistas sob a acusação de ‘reunião ilegal’, abrindo um capítulo de vingança”, disse o Passion Times, uma publicação afiliada com o partido político Paixão Civil, que promove a forte identidade local de Hong Kong. O texto usou a expressão chinesa “acerto de contas após o outono” para descrever a mobilização das forças de segurança, um termo comum que descreve o tempo de espera por vingança.
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Wong Yeung-tat, o líder do Paixão Civil, estava entre os detidos, disse a publicação.
Dorothy Leung, uma oficial de serviço da polícia de Hong Kong, confirmou que um homem com o sobrenome Wong e de 35 anos foi preso por volta das 13h de 11 de dezembro em Sham Shui Po, “por ter participado e organizado reuniões ilegais”. Wong Yeung-tat tem 35 anos.
Três outras pessoas também foram presas: um homem de 26 anos, também de sobrenome Wong, às 23h de 10 de dezembro em Shatin; o sr. So de 28 anos e o sr. Cheng de 26 anos, disse a oficial.