RIO DE JANEIRO – As forças policiais civil e militar, e o Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro declararam greve por tempo indeterminado às 23:30h de quinta-feira, somando-se a manifestação declarada pelos polícia do estado da Bahia.
Mais de 2 mil policiais se reuniram numa assembleia em frente à Câmara de Vereadores, no bairro da Cinelândia, no centro político da cidade. Eles decidiram rejeitar a proposta de salários oferecida pelo governo do estado.
Os policiais grevistas afirmaram que os salários da corporação são os mais baixos do Brasil.
Eles consideram que a proposta enviada à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro para votação, que foi aprovada, não é suficiente.
Há expectativa de que uma proposta de emenda, a PEC 300 da Constituição Federal, que acrescenta 1.500 reais ao salário base dos oficiais em todo o país, seja aprovada.
A proposta original tentava equalizar os salários dos militares ativos e inativos do Brasil, promovendo a igualdade entre os profissionais que desempenham a mesma função, segundo o Universo Policial.
Para garantir a legalidade da greve, a polícia informou que 30% dos oficiais atenderam os serviços essenciais. Com base nas orientações gerais do Sindicato da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro.
A estratégia do comando de greve é que os militares e os bombeiros que trabalham em patrulha fiquem nos quartéis.
Para aqueles de licença, férias, inativos ou aposentados, foram orientados a retornar aos quartéis. Todos com suas famílias, se possível.
“Quem cruzar os braços e quem se recusar a sair à rua será responsabilizado por desobediência”, disse o coronel Frederico Caldas, porta-voz de relações públicas da Polícia Militar do Rio, à Reuters.
De acordo com Caldas, na sexta-feira 10 de fevereiro, sete policiais foram presos por protestar e recusar-se a patrulhar as ruas. Outros 129 policiais militares foram acusados por se negarem a deixar o batalhão ou fazer patrulhas, informou o UOL.
O cabo Benevuto Daciolo do Departamento de Bombeiros, um dos líderes do movimento, está no presídio de segurança máxima Bangu 1, na zona oeste do estado do Rio de Janeiro. Ele é apontado como responsável por incitar greve no Rio e em outros estados.
Não está descartado o risco de greve em Alagoas, Paraná e Rio Grande do Sul.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse a repórteres na sexta-feira que não haverá “efeito dominó” em outros estados dos movimentos grevistas liderados por policiais militares na Bahia e no Rio de Janeiro, informou a Voz do Brasil.
“O carnaval da Bahia e Rio de Janeiro e de todos os estados brasileiros transcorrerá em absoluta normalidade. O governo está disposto a enviar tropas, os contingentes que forem necessários. Estou seguro que os brasileiros desfrutarão o carnaval com muita alegria”, acrescentou o ministro.
O primeiro dia da greve no Rio de Janeiro foi tranquilo. As principais ruas estavam vazias. No entanto, à noite, começaram a ser ocupadas por grupos de dança que começaram sair e fazer os ensaios das escolas de samba na área da Sapucaí.
De acordo com a Voz do Brasil, a parada não afetou o funcionamento das Unidades de Polícia Pacificadora, compostas por batalhões da polícia militar que estão instalados nos bairros mais pobres da cidade. O clima dessas áreas também foi relatado como normal.