Agentes da segurança chinesa detiveram um estudante uigur, que trabalhou para o dissidente e estudioso Ilham Tohti, no aeroporto de Pequim, pouco antes de ele embarcar no avião para retornar a sua universidade na Turquia.
Uma semana depois de a polícia levar Mutellip Imin em 15 de julho para “beber chá”, sua namorada escreveu emocionada numa postagem no site Uigur Online que ela não sabe onde ele está detido e que seu telefone celular foi desligado após ele enviar a mensagem “SOS”. “Beber chá” é um eufemismo que chineses usam para indicar que alguém foi levado pelas forças de segurança para interrogatório ou receberem uma advertência, métodos utilizados pelo regime comunista para reprimir o ativismo.
Imin, de 24 anos, é estudante de língua inglesa numa universidade de Istambul e não tem histórico de ativismo, embora tenha participado de organizações estudantis e se voluntariado numa ocasião no website Uigur Online de Tohti.
A Rádio Free Asia (RFA) informou que o webmaster Shohret também foi detido e interrogado pela polícia recentemente. A fonte disse que ele foi forçado a revelar as senhas de administração do Uigur Online. O site foi brevemente fechado por hackers em fevereiro, depois que Tohti foi impedido de deixar o país para aceitar uma nomeação de professor-palestrante nos Estados Unidos.
Tohti, um professor de uma universidade de Pequim, tem sido um crítico do regime chinês e de seu tratamento da minoria uigur na Região Autônoma de Xinjiang.
“Mesmo que Mutellip não faça nada que viole a segurança do Estado, a polícia de segurança pode detê-lo e acusá-lo de qualquer tipo de crime que ele não cometeu”, disse Ilham Tohti por meio de um colega, segundo a RFA.
A detenção de Imin, embora ele não tenha sido um ativista visível, ocorre enquanto o Partido Comunista Chinês (PCC) amplia sua repressão a ativistas ou suspeitos de ativismo e endurece seus controles sociais e religiosos na terra natal uigur de Xinjiang.
Tohti disse recentemente ao Diário da Manhã do Sul da China: “O governo deveria refletir e assumir a responsabilidade pelo que está acontecendo agora na região de Xinjiang e no futuro”, referindo-se à violência étnica na região.
A China reagiu à recente agitação na região com milhares de tropas paramilitares e veículos antiprotesto recém-implantados, além de restrições religiosas severas durante o Ramadã, uma celebração sagrada dos muçulmanos.
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