Polícia chinesa prende dissidentes antes de sessão plenária do PCC

01/03/2013 12:46 Atualizado: 01/03/2013 12:46
Um policial militar chinês proíbe fotos e filmagens do lado de fora do Grande Salão do Povo durante o 18º Congresso Nacional em Pequim em 8 de novembro (Mark Ralston/AFP/Getty Images)

Ativistas e peticionários estão sendo detidos pelo regime comunista chinês antes de duas sessões políticas anuais a serem realizadas em Pequim a partir de 4 de março.

O número de policiais e veículos em ruas de Pequim tem aumentado significativamente em preparação para as sessões plenárias da Assembleia Popular Nacional (APN) e do Comitê Consultivo Político do Povo (CCPP).

Dois encontros distintos de Ano Novo chinês em Pequim e Shanghai foram interrompidos no fim de semana em nome da “estabilidade social”.

Em 24 de fevereiro, cerca de 80 peticionários se reuniram para um jantar em Pequim para comemorar o Festival da Lanterna. Oficiais da brigada de patrulha da delegacia de polícia de Tiangongyuan, no distrito de Daxing, invadiram o salão de dança privado em Shumandi, onde a festa ocorria, e levaram todos para a delegacia para interrogatório.

“O Festival da Lanterna é uma festa tradicional chinesa, todos têm o direito de comemorar, deveríamos estar reunidos com nossas famílias. A polícia nem isso nos permitiu”, disse o Sr. Lu ao Epoch Times por telefone. O Sr. Lu, ex-proprietário de uma empresa na província de Shaanxi, tem apelado em Pequim há quatro anos e está atualmente desabrigado.

“Não tínhamos para onde ir no Festival da Lanterna. Alguns ex-policiais que foram maltratados organizaram um jantar em Pequim e nos convidaram. Eu quis participar da celebração”, disse o Sr. Lu.

Os peticionários foram transferidos para um lugar chamado Centro de Acolhimento Jiujingzhuang, num subúrbio no sul de Pequim, que basicamente funciona como um centro de detenção temporária para peticionários antes de serem entregues às autoridades locais.

“Após sermos levados para Jiujingzhuang, permanecemos sentados num banco por toda a noite”, disse a Sra. Xu de Heilongjiang, parente de um policial maltratado.

A Sra. Xu disse que perguntou à polícia por que estavam sendo presos se não tinham violado lei alguma. A polícia admitiu que este não era o caso, mas que alguém havia os denunciado e então eles tinham de esperar antes de serem entregues às autoridades locais.

“Se voltarmos, seremos colocados em prisão domiciliar ou detidos”, disse a Sra. Xu, que está determinada a permanecer em Pequim.

Os peticionários ainda estão detidos no Centro de Acolhimento Jiujingzhuang.

Em Shanghai, ativistas de direitos humanos haviam organizado um jantar para 23 de fevereiro. Naquela manhã, o dissidente Gao Xiaoliang, que planejava participar da festa, foi levado de sua casa por quatro policiais, segundo um artigo no website dos Defensores dos Direitos Humanos Chineses.

“Às 20h30, eles ainda não haviam sido liberados. Eu não podia mais tolerar tal violação dos direitos humanos pela segurança estatal. Eu só podia lutar com minha vida, então, eu subi na janela e tentei pular do prédio. Oficiais da segurança estatal e policiais agarraram-me à força e eventualmente me liberaram”, disse Gao Xiaoliang ao Epoch Times.

Naquela mesma manhã, Yang Qinhuan, outro dissidente que planejava participar da festa, também foi levado à força de sua casa sem qualquer formalidade legal e conduzido à delegacia de polícia de Yichuan. Ao meio-dia, a polícia o levou de volta para casa, mas havia oficiais guardando sua casa para impedirem-no de sair e se juntar aos festejos.

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