Polícia chinesa prende ativista novamente e sem mandado

22/04/2014 12:17 Atualizado: 22/04/2014 12:17

A polícia invadiu o apartamento da ativista Ding Hongfen e a levou sem um mandado judicial, informaram os Defensores dos Direitos Humanos Chineses (DDHC). Amigos que a visitavam disseram aos DDHC que sete ou oito policiais invadiram o local e se recusaram a mostrar um mandado quando Ding e outros presentes os questionaram.

Ding, uma ativista que combate as demolições arbitrárias, a desapropriação ilegal de terras e as prisões negras, fora libertada da prisão menos de um mês antes sob fiança em 19 de março. Ela e outros quatro ativistas foram presos sob acusações relacionadas ao resgate ousado de peticionários detidos numa prisão negra no ano passado. Nos oito meses de detenção, eles foram torturados, informou a mídia após sua libertação. Ding disse que a polícia a encapuzou e depois a espancou por 12 horas.

À meia-noite de 22 de junho do ano passado, Ding Hongfen e mais vinte pessoas penetraram numa prisão negra – o nome popular dos centros de detenção extralegais na China –, situada num hotel na cidade de Wuxi, província de Jiangsu.

Forçando a abertura dos portões de ferro da instalação, eles romperam as portas e resgataram cinco pessoas detidas no local, incluindo uma mulher de 82 anos e o pai de Ding. No dia seguinte, Ding e outros foram presos e encarcerados até o mês passado. A polícia de Wuxi prendeu mais 20 pessoas após o resgate na prisão negra. Todos foram acusados de “reunir uma multidão para perturbar a ordem pública”.

Wuxi tem cerca de 100 prisões ilegais – que substituíram os campos de reeducação pelo trabalho forçado que foram fechados –, onde ativistas e peticionários são encarcerados sem responsabilização administrativa ou judicial nos chamados “centros de educação legal”. Estes são frequentemente criados ad hoc em praticamente toda a China: em escolas, bases militares, institutos de pesquisa, hotéis, armazéns, postos de polícia, bem como em casas abandonadas.

Abusos em prisões negras têm recebido atenção pública recentemente, como a detenção de quatro advogados de direitos humanos que tentavam libertar praticantes do Falun Gong presos ilegalmente num “centro de educação legal” na província de Heilongjiang.