Um fazendeiro chinês, que lutou durante anos contra as tentativas das autoridades locais de confiscarem sua casa e terras para o desenvolvimento imobiliário, foi morto a tiros pela polícia recentemente. Ele estava desarmado.
O incidente ocorreu na vila de Ershili em Panjin, província de Liaoning. A mãe e o pai de Wang Shujie, o agricultor que foi morto, também ficaram feridos no ataque.
Segundo uma testemunha que não quis ser identificada; em 21 de setembro, um homem chamado Zhang, um “líder” local ou oficial que controla um número de fazendas na região, levou cerca de 100 pessoas da Secretaria de Gestão Urbana, trouxe um escavadora e planejava escavar a plantação de Wang Shujie.
Wang Shujie resistiu e uma discussão começou. Em seguida, a polícia da delegacia Bohai, da cidade de Panjin, entrou em cena. Até às 10h30, a situação estava “quase fora de controle”, segundo um residente.
A polícia começou a atirar. A primeira bala atravessou o joelho do pai de Wang Shujie, outro tiro atingiu sua mãe no braço, como Wang Shujie tentou protegê-los, ele foi baleado no peito e morreu na hora, disse a testemunha. “Eles dispararam algumas vezes. Não podíamos acreditar que os policiais se atrevessem a atirar neles na frente de tantas pessoas!”, disse a testemunha.
Depois que ele foi morto, um grande grupo da polícia removeu o corpo. Sua esposa também foi presa, deixando seus dois filhos, um de três anos e outro de três meses de idade, aos cuidados de outros. “A miserável criança chorava por leite. Sentimo-nos tão mau pelo bebê que choramos também”, disse a testemunha.
O irmão de Wang Shujia, Wang Shulong, também estava no local e seus movimentos agora foram restringidos. Os pais de Wang Shujie foram enviados para o hospital, onde não têm permissão de receberem pessoas livremente, disse um morador.
Após o tiroteio, o governo local iniciou uma tentativa de acobertamento. Um policial no local da delegacia Bohai, do distrito de Xinglongtai, cidade de Panjin, negou qualquer conhecimento do tiroteio. Outros representantes do governo desligaram o telefone quando contatados por repórteres.
Moradores entrevistados disseram que a família Wang era alvo de expropriação por algum tempo, apesar dos apelos às autoridades para bloquearem o processo.
Um grupo de investigação criado pelo governo local absolveu a polícia de qualquer delito no dia seguinte porque o tiroteio ocorreu no “desempenho de funções oficiais”.
O assassinato e a forma como as autoridades deram cobertura à polícia provocaram uma tempestade de indignação online. Notícias sobre o assunto foram visualizadas dezenas de milhares de vezes e retransmitidas outras tantas milhares de vezes no Sina Weibo.
Internautas identificaram o policial que matou Wang Shujiu como Zhang Yan, o vice-diretor da delegacia Bohai. Em 2006, ele foi premiado como um “guarda jovem notável na província de Liaoning”.
Liang Wendao, um conhecido jornalista e escritor em Hong Kong, disse que, segundo suas fontes, o vice-prefeito da cidade de Panjin, Jiang Weihua, efetivamente ordenou a morte de Wang Shujie. Jiang Weihua também é o chefe do Departamento de Segurança Pública local. De acordo com Liang Wendao, ele disse as seguintes palavras, “Se ele não colaborar, se ele se atrever a se opor ao governo, que grande coisa seria matar uns poucos? Atirem! A compensação é de apenas algumas centenas de milhares, não é? Eu cuidarei de tudo e o governo central não tem autoridade para intervir.” A postagem foi reenviada dezenas de milhares de vezes.
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