As coisas não parecem boas para Zhou Yongkang, o chefe da PAP
A Polícia Armada Popular (PAP), juntamente com os militares, declarou em 12 de abril sua lealdade à Central do Partido e, assim, implicitamente, a liderança do Presidente Hu Jintao e do Primeiro-Ministro Wen Jiabao.
O editorial amplamente publicado da Polícia Armada disse que expressava sua “determinação em apoiar o governo central”. Isso é significativo porque a PAP é controlada pelo Comitê dos Assuntos Político-Legislativos, que está sob o comando de Zhou Yongkang, membro importante da facção que se opõe a Hu e Wen.
Zhou é apenas um dos nove membros do Comitê Permanente de Politburo do Partido Comunista Chinês (PCC), e um partidário de Bo Xilai, ex-chefe do PCC em Chongqing recentemente deposto.
O posicionamento da PAP com Hu e Wen é considerado pelos comentaristas um sinal do declínio de poder de Zhou. Alguns até acreditam que Hu e Wen removerão Zhou de seu posto antes que o 18º Congresso do Partido ocorra.
A manchete na primeira página do Diário do Exército da Liberação Popular (ELP) disse, “Oficiais e soldados de todo o Exército e da Polícia Armada estão decididos a apoiar a decisão correta da Central do Partido.”
No artigo, é dito que as “ações, ideologia e políticas” do exército e do PAP “estarão na mesma página que a Central do Partido, que o camarada Hu Jintao é secretário-geral”.
Dois meses após a tentativa de deserção de Wang Lijun, ex-chefe da polícia de Chongqing, buscando asilo no consulado dos EUA em Chengdu, esta é a primeira vez que o PAP declara sua posição ao governo central.
O comentarista Xia Xiaoqiang acredita que este é o sinal de que Zhou está perdendo o poder na luta com Hu e Wen.
“Vimos os militares declararem sua lealdade ao governo central, mas não a Polícia Armada”, disse ele. “Dois dias depois de Bo Xilai ser desposto de todos seus postos no PCC, a Polícia Armada declarou sua lealdade a Hu e Wen. Este é um sinal da perda de poder de Zhou”, disse Xia.
Depois de Bo ser afastado, algumas mídias no exterior, incluindo uma porta-voz de Jiang Zemin, ex-líder chinês, mudou seu foco de Bo para Zhou. Essas mídias no exterior começaram a expor os escândalos de Zhou. Este é outro sinal do declínio de poder de Zhou, de acordo com especialistas.
O editor-chefe da mídia Primavera em Pequim, Hu Ping, comentou que, com base no tipo de notícia divulgada por estas porta-vozes, Zhou pode muito bem perder seu posto antes do 18º Congresso, marcado para o fim deste ano.
“Se [o governo central] decidisse deixar Zhou sair suavemente, não seria necessário liberar tantas notícias negativas. O tempo de serviço de Zhou está quase no fim e ele sairá depois disso. Já que esta notícia negativa foi publicada, eles não estão planejando deixar Zhou sair suavemente.”