Podemos prevenir o câncer de mama?

15/05/2012 00:00 Atualizado: 15/05/2012 00:00

Sementes de linhaça do tipo marrom, uma rica fonte de fitoestrógenos. (Sanjay Acharya/Wikimedia)

Na época da menopausa, frente às ansiedades que podem suscitar o consumo de hormônios sintéticos, muitas mulheres têm dúvidas sobre os fitoestrógenos.

O câncer de mama é um câncer hormônio-dependente, ou seja, ele é sensível a hormônios. Segundo o epidemiologista Lynn Rosenberg, o risco de desenvolver uma forma mais agressiva de câncer de mama aumenta em 65% em mulheres expostas a hormônios femininos.

Mulheres menstruadas precocemente, as que tiveram uma menopausa tardia, as que utilizaram a pílula contraceptiva por mais de dez anos, e aquelas que tomam hormônios femininos (progesterona e estrogênio) têm um risco mais elevado de câncer de mama.

Pesquisas avançadas foram realizadas em 2002 pelo centro Estudos da Saúde da Mulher nos EUA sobre os tratamentos hormonais substitutos para o período da menopausa. Infelizmente, essas pesquisas foram interrompidas bruscamente quando estavam prestes a provar que a administração de hormônios sintéticos (os mesmos tipos de hormônios sintéticos que são utilizados em grande parte dos contraceptivos) é um fator essencial para o aparecimento de câncer de mama, ataques cardíacos, derrames e embolias.

Mas desde o início de 2000, outro tipo de hormônio, menos agressivo que os primeiros, apareceu e suscitou um grande interesse, os fitoestrógenos.

Serão os fitoestrógenos a solução salvadora?

Os fitoestrógenos são substâncias similares aos hormônios encontrados naturalmente nas plantas. Dependendo do indivíduo, esses hormônios vão regular o excesso do estrogênio, bloqueando, em parte, seus efeitos negativos ou, ao contrário, preenchendo algumas necessidades em caso de deficiência.

No entanto, alguns cientistas concordam que a afinidade dos fitoestrógenos aos receptores de estrogênio é de 100 a 1.000 vezes mais fraca do que a afinidade dos hormônios naturais e sintéticos.

No entanto, descobrimos que as mulheres asiáticas que consumem muita soja, rica em fitoestrógenos chamados isoflavonas, são de quatro a sete vezes menos atingidas pelo câncer de mama do que as mulheres americanas. Mas também podemos pensar que é seu melhor modo de vida que pode explicar a diferença.

Um estudo publicado no Jornal Americano de Nutrição Clínica, envolvendo 15 mil mulheres dos Países Baixos, reconhece que as isoflavonas tinham pouco ou nenhum efeito sobre o risco de câncer de mama, mas que as lignanas, no entanto, outra classe de fitoestrógenos, tinham um efeito redutor de 30%. Mas, novamente, ainda há incertezas e as conclusões continuam imprecisas.

Nós encontramos a lignana na semente de linhaça, que por sinal é sua melhor fonte alimentícia. Ela contém cerca de 86mg por porção de 30g. A lignana também está presente em sementes de gergelim, abóbora, girassol, papoula, em cereais como o centeio, aveia, cevada e em pequenas frutas.

De acordo com o Instituto Americano de Pesquisa do Câncer (AICR), os fitoestrógenos podem ser consumidos sem efeitos colaterais e sem medo de uma overdose. Você pode comer soja se desejar, mesmo se você tem câncer de mama, mas ela não é um remédio milagroso, e, para garantir, é essencial reunir outros meios de prevenção baseados em evidências científicas para agir contra o câncer de mama.

Quais são as maneiras para prevenir o câncer de mama?

Em 2009, um relatório detalhado foi produzido pelo AICR, acrescentando os resultados de 81 novos estudos aos 800 estudos já existentes sobre os hábitos de vida das pessoas que desenvolvem o câncer de mama.

Atualmente, soluções realmente existem, e uma vida saudável é essencial para as mulheres que desejam prevenir o câncer de mama:

• Mantenha a linha mantendo-se o mais magra possível. As mulheres com excesso de peso estão mais sujeitas a desenvolver câncer de mama.
• Mova-se, caminhe, pratique uma atividade esportiva regular.
• Evite o álcool ou limite o consumo a um copo pequeno por dia.
• Foi provado que as mães que amamentaram seus bebês até os seis meses são mais propensas a reduzir o câncer de mama.
• Coma de maneira saudável. Dê importância ao consumo de frutas frescas e legumes, especialmente crus. Opte pelo consumo de carnes brancas e peixes gordos. Use óleos com alto valor nutritivo. Prefira cozinhar a baixa temperatura e a vapor, ao invés de fritar.

Segundo o AICR, essas simples mudanças no estilo de vida da pessoa já são capazes de baixar o risco de câncer de mama em 40%.

Agora, já é aceito na comunidade científica que um grande número de cânceres pode ser evitado a cada ano nos países industrializados pelo simples gesto de levar nosso nível de vitamina D a um nível ideal, tomando mais sol e comendo mais peixes gordos.

Vitamina D, fator essencial que não se pode esquecer

A vitamina D é encontrada em peixes gordos, mas os raios de sol que tocam nossa pele desprotegida são a principal fonte de abastecimento.

O papel da vitamina D é de aumentar a capacidade de autodestruição das células mutantes e de diminuir a velocidade de reprodução das células cancerígenas. Ela ajuda na diferenciação celular (algo que as células cancerígenas, que não são diferenciadas, não fazem). Ela reduz a angiogênese, ou seja, o desenvolvimento de vasos sanguíneos que alimentam o tumor.

Senhoras, atenção ao ferro!

O excesso de ferro pode acumular no organismo das mulheres em menopausa. Isso tem um forte poder oxidante, aumentando o número de radicais livres e o risco de câncer.