Um estudo feito pelo Exército indica que as Polícias Militares do Brasil ampliaram seus estoques de armas não letais para garantir a segurança durante a realização da Copa do Mundo, devido ao receito de que aconteça uma nova onda de protestos como os do ano passado, segundo o site de notícias G1.
Em junho de 2013, milhares de pessoas protestaram nas ruas durante a realização da Copa das Confederações. Em alguns casos houve violência por parte dos manifestantes, o que levou a Polícia Militar a atuar na inibição de condutas de vandalismo e depredações a monumentos públicos e estabelecimentos particulares.
O levantamento indica que as instituições de segurança pública já adquiriram mais de 270 mil granadas e projéteis de gás lacrimogêneo e de pimenta, além de mais de 260 mil cartuchos de balas de borracha de várias espécies e padrões. A munição química não letal obtida seria suficiente para fazer mais de 819 disparos de granadas de gás e 797 tiros de balas de borracha por dia durante 11 meses.
Segundo a pesquisa, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Distrito Federal, São Paulo e Bahia foram os estados que mais compraram armas não letais desde junhho do ano passado. Os únicos estados que não compraram armas não letais foram Amazonas e Amapá.
O coronel Carlos Alberto de Camargo, ex-comandante-geral da PM de São Paulo, declarou que o uso de produtos químicos para reprimir os protestos é crucial. Segundo ele, o material adquirido pelos estados demonstra como as tropas de choque devem agir no controle de “distúrbios civis” – nome que a polícia dá ao controle de aglomerações.
Camargo também afirmou que “no meio da multidão, a pessoa se sente mais poderosa, se sente o super-homem, perde a percepção da individualidade. O propósito das armas não letais é arrancar o indivíduo da coletividade, fazer ele ter medo”.