Especialistas conduzem a questão, o público perdeu o interesse
A solução da Suécia para armazenar seu lixo nuclear sofreu um revés recentemente. Embora os especialistas estejam muito ativos conduzindo o problema, eles não conseguiram despertar o interesse do público em geral.
Na Suécia, o novo plano para a eliminação de resíduos das usinas nucleares é colocá-los em recipientes de cobre e armazená-lo em rocha firme. Considerando o quão perigoso é o resíduo radioativo, a corrosão desses depósitos é uma questão importante.
No final de janeiro, a Autoridade Sueca de Segurança Radiativa informou que a corrosão ocorreu em pequenos fragmentos de cobre que foram colocados em água sem oxigênio para teste. O relatório mostrou que o processo de corrosão não para em certo ponto, como se acreditava anteriormente, mas continua.
Este foi o mais recente revés para o método de armazenamento dos resíduos, que tem sido amplamente criticado por especialistas, mas a notícia passou sem muita atenção na Suécia.
A Companhia Sueca de Administração do Combustível e do Lixo Nuclear (SKB) é responsável por todos os resíduos radioativos das usinas nucleares suecas. O oficial de imprensa Jimmy Larsson-Hagberg descreveu a questão de armazenar resíduos nucleares para um futuro inimaginavelmente distante como “um grande quebra-cabeça. [Há] muitas equações e coisas a se considerar.”
Os recipientes de cobre são depositados em buracos individuais em túneis a cerca de 1.500 metros de profundidade no leito rochoso sueco e bentonita (argila de origem vulcânica) é inserida para proteger os recipientes contra a corrosão e o movimento da rocha que poderiam ocasionar o vazamento da radiação, disse Larsson-Hagberg.
O Prof. Jonas Anselm da Universidade de Linkoping estudou o debate sobre os resíduos nucleares suecos de 1950 até hoje e diz que os peritos suecos discordam sobre o assunto.
Alguns são críticos da solução mencionada, desenvolvida pelas empresas de energia e pela indústria nuclear, que quer começar a construir as instalações agora. Estes especialistas têm falado e escrito diretamente às empresas de energia e líderes da indústria nuclear, bem como às autoridades e políticos individuais.
“Essa crítica tem sido uma força muito positiva para corrigir e desenvolver soluções para os depósitos finais”, disse o Prof. Anselm.
Ele explicou que o público em geral não está muito interessado porque a questão se tornou muito técnica e difícil de entender.
As coisas eram muito diferentes algumas décadas atrás, quando os suecos eram muito apaixonados sobre diferentes aspectos da questão nuclear, incluindo o problema do lixo. A questão de se a Suécia deve ou não manter suas usinas nucleares veio à tona em 1979, com o incidente da Ilha das Três Milhas, uma fusão parcial numa instalação nuclear na Pensilvânia, EUA.
Num referendo um ano depois a questão não era se as usinas deveriam ser mantidas ou não, mas simplesmente o quão rápido elas deveriam ser desligadas. A questão nuclear foi tão controversa que três governos se demitiram por causa disso.
De acordo com o resultado do referendo de 1980, todas as usinas de energia nuclear da Suécia deveriam ter sido encerradas em 2010, mas agora, em 2013, apenas dois reatores foram fechados e 10 ainda estão em operação. Também foi decidido construir novos reatores para substituir os antigos.
“O público em geral é mais positivo sobre a energia nuclear hoje. Esta tendência pode ser rastreada até 2006, quando a questão do clima realmente entrou em foco”, disse Anselm.
A título de comparação, na Alemanha, o público tem-se mantido envolvido e altamente crítico. Ativistas antinucleares recorrem a deitar nos trilhos da estrada de ferro que leva às usinas nucleares.
Diferente dos políticos suecos, os políticos alemães exibiram fortes reações ao desastre de Fukushima. Isso levou o governo alemão a decidir que todas as usinas nucleares alemães deveriam ser desativadas até 2022 e oito delas foram desligadas imediatamente.
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