Planejar-se para pagar o total da fatura do cartão de crédito evita descontrole no orçamento

22/04/2013 17:00 Atualizado: 25/04/2013 16:53
Cartões de crédito: O uso de cartões de crédito pode permitir às pessoas equilibrar suas finanças de forma mais eficaz, mas é importante manter os pagamentos em dia (Photos.com)
Cartões de crédito: O uso de cartões de crédito pode permitir às pessoas equilibrar suas finanças de forma mais eficaz, mas é importante manter os pagamentos em dia (Photos.com)

Quem usa cartão de crédito não pode ser pego de surpresa pelo total da fatura (“Mas tudo isso?!”). Senão o sujeito terá de pagar menos que 100% do valor devido, recorrendo de forma não planejada ao crédito rotativo do cartão que, ainda hoje, cobra os juros reais mais elevados do planeta.

Assim funciona o cartão de crédito: pagou o mínimo, ou qualquer valor menor que o total da fatura, o saldo restante será considerado automaticamente rolado por 30 dias, até o vencimento da próxima fatura. A rolagem será feita com a incidência de uma taxa de juros muito elevada.

Imagine que a fatura do seu cartão tenha vindo em R$ 1.200,00. Você decide pagar somente o mínimo exigido, ou seja, R$ 240,00 (20%). Como consequência, serão rolados os R$ 960,00 da diferença (80%).

Com uma taxa de juros de 12% ao mês, daqui a um mês você já estará devendo: 1) R$ 960,00 rolados do mês passado, + 2) R$ 115,20 (R$ 960,00 x 12%) de juros do período. Mesmo que você não tenha feito qualquer outra despesa no cartão nos últimos 30 dias, sua dívida passará a R$ 1.075,20 no total.

Só que a coisa nunca evolui desse modo, porque você acaba tendo outros gastos no cartão nos próximos 30 dias, além da dívida pendurada do mês passado. Suponha que tais gastos tenham sido de mais R$ 1 mil. Assim, a nova fatura registrará R$ 2.075,20 (R$ 1.075,20 da dívida + R$ 1 mil dos novos gastos).

Sentindo‐se pressionado pelo novo valor, você resolve pagar apenas os R$ 1 mil, e fica devendo R$ 1.075,20 para a próxima fatura. Passados mais 30 dias, esse valor voltará com juros de R$ 129,02 (R$ 1.075,20 x 12%), fazendo sua dívida atingir o total de R$ 1.204,22 (R$ 1.075,02 + R$ 129,02).

Prosseguindo com esta atitude de “rolar o cartão com a barriga” por 12 meses, aquela sua dívida original de R$ 960,00, considerando juros cumulativos de 12% ao mês, terá virado um rombo financeiro de R$ 3.740,00, ou seja, quase quatro vezes o valor original que você havia emprestado, e em apenas um ano.

Para evitar o uso desvairado do cartão de crédito, imponha-se limites. A soma dos limites de seus vários cartões deve ficar entre 30% e 50% de sua renda mensal, no máximo. Afinal, uma parte de seu ganho deverá ser utilizada para viabilizar também o uso de outros meios de pagamento muito comuns, como cartões de débito, cheques, carnês, débitos automáticos em conta, etc.

Para ter uma boa noção de quanto virá na próxima fatura, “colecione” os papeizinhos amarelos de cada gasto ou compra em sua carteira, guardando-os de forma organizada. Logo no início do mês, no primeiro uso do cartão, dobre ao meio a primeira papeleta (referente à primeira despesa ou compra do mês) e “vista” com ela seu cartão, guardando tal conjunto na carteira.

Quando vier o segundo papelzinho, some o valor deste ao valor do primeiro, e anote o valor total acumulado em números grandes na frente do segundo papel (à caneta ou a lápis). Dobre o segundo papelzinho ao meio e “vista” com ele o conjunto anterior (cartão + primeiro papelzinho dobrado).

Faça isso sucessivamente com cada gasto/compra feita ao longo do mês, e você estará monitorando continuamente, de forma automática, o valor acumulado de suas despesas pagas com cartão naquele mês. Quando chegar próximo de seu limite, pé no freio dos gastos e postergue as próximas despesas para o próximo mês. Assim, quando a fatura vier será possível quitar 100% (Ufa!).

Marcos Silvestre é economista com MBA em Finanças pela Universidade de São Paulo e consultor de Finanças Pessoais e Empreendedorismo. Seu site é o portal financeiro “O Plano da Virada”.

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