Pirataria e falsificação da China ganham prêmio e reconhecimento

04/07/2014 15:07 Atualizado: 04/07/2014 15:07

Quando 30 troféus da Copa do Mundo da FIFA novinhos e brilhantes, porém falsificados, foram apreendidos cuidadosamente embrulhados e encaixotados pela alfândega no aeroporto de Paris na semana passada, isso logo ganhou as manchetes, mas bem menos divulgados foram os três Prêmios Plagarius que a China ganhou merecidamente no início deste ano pela impressionante falsificação global e pirataria.

A Copa do Mundo foi uma mina de ouro para os falsificadores chineses. Só para começar, mais de 2 mil troféus copiados ilegalmente e mais de 20 mil camisas falsas da Copa do Mundo da FIFA foram apreendidos antes que deixassem os portos chineses. Falsificadores também venderam amplamente licenças médicas falsas para fãs que queriam ficar em casa assistindo aos jogos.

A China fez a festa em fevereiro de 2014 na premiação do Plagiarius, uma competição alemã nada lisonjeira que visa a denunciar os falsificadores, obtendo a distinção máxima do evento. A China obteve este ano os dois principais prêmios do Plagiarius, dois dos prêmios de falsificação e um dos prêmios de distinção.

A cópia chinesa não autorizada de um dispositivo de terapia de onda de choque radial, “ZWave“, conquistou a distinção máxima de Plágio, seguido por diversos outros produtos industriais, como um aspirador de alta pressão, lanternas e faróis LED, medidores de pressão, etc. Os produtos falsificados e originais são quase idênticos.

De acordo com Departamento de Segurança Interna dos EUA, a China continental continua sendo a fonte mundial primária de produtos falsificados e pirataria por anos. Apenas em 2013, mais de US$ 1,1 bilhão em produtos falsificados jorraram da China, o que representa 68% de todas as apreensões feitas pelas autoridades aduaneiras dos Estados Unidos.

Em todo o mundo, 75% dos produtos falsificados apreendidos são provenientes da China, segundo dados de 2006-2010 coletados pela Organização Mundial das Alfândegas.

Há falsificadores chineses dos mais diversos e inconcebíveis, produzindo desde produtos alimentares engenhosos por baixo preço mas destrutivos para a saúde, como carne de carneiro comumente vendida por ambulantes que na verdade é feita com carne de pato ou porco temperada com química pesada, e que se tornou um item básico na indústria de espetinhos de carne, segundo a imprensa chinesa em artigos recente.

Nos últimos anos, os criativos falsificadores de alimentos inventaram uvas e ovos falsos. No ano passado a notícia foi a carne falsa feita a partir de carne de porco barata tratada com produtos químicos, incluindo cera de parafina e sais industriais, para torná-la mais suculenta e ‘fresca’, além da carne de carneiro falsa feita com carne de rato, marta ou raposa quimicamente tratada.

Falsificadores chineses estão vendendo o iPhone 6 antes mesmo de ter sido lançado ou, pelo menos, capas de proteção e acessórios do novo modelo para os que desejam estar à frente dos outros. Somam-se a lista as bolsas, relógios e eletrônicos. Diplomas falsificados de universidades americanas respeitadas, acompanhadas de transcrições oficiais falsificadas estão disponíveis por um preço acessível a estudantes chineses empreendedores.

No mercado de luxo, uma investigação sobre as práticas fraudulentas descobriu recibos de depósito falsificados da zona portuária aduaneira de Qingdao, que foram utilizados para enganar bancos internacionais em acordos financeiros de metais preciosos e commodities. Negócios no valor de bilhões de dólares, garantidos por metais inexistentes, foram relatados pela Secretaria Nacional de Auditoria da China, a Standard Chartered e o Goldman Sachs, informou o website da Cheung Kong Graduate School of Business.

O autor best-seller Christopher Reich explicou o fenômeno da contrafação numa entrevista com o Epoch Times no ano passado: “Na China”, disse ele, “a falsificação não é considerada um crime moral. É quase motivo de aplauso.”

“À medida que este modelo chinês de capitalismo crescia no país, copiar produtos de outras pessoas era realmente a espinha dorsal de sua indústria”, disse ele. “Não é um grande salto reproduzir o produto de outra pessoa, basta roubar o design e dizendo que é seu.”