Pinguins Imperadores coordenam seu bando para que todos se mantenham aquecidos

26/05/2012 00:00 Atualizado: 06/08/2013 18:54

Pinguins Imperadores (Aptenodytes forsteri) na Antártica. (Fundação Nacional da Ciência, EUA)

















O pinguim imperador na Antártica sobrevive a temperaturas inferiores à 50º célsius no inverno e a fortes ventos que ultrapassam 177 km por hora através da coordenação de seus movimentos num apertado bando para que cada pássaro permaneça aquecido.

O físico alemão Daniel P. Zitterbart da Universidade de Erlangen-Nuremberg e colegas passaram um inverno na Antártica filmando uma colônia de pinguins imperadores (Aptenodytes forsteri). Eles descobriram que o bando se move periodicamente em ondas e continuamente mudam a estrutura do grupo, permitindo que os pássaros do lado externo se aqueçam dentro do bando alternadamente.

“Por que estas ondas são descoordenadas, turbulentas e perigosas numa multidão humana, mas não num grupo de pinguins permanece uma pergunta aberta”, os cientistas notificaram em seu estudo.

Os bandos se unem tão proximamente que movimentos individuais são impossíveis. No entanto, como um grupo, o bando se move de maneira muito coordenada para manter a mobilidade enquanto se mantem junto.

“Cada 30-60 segundos, todos os pinguins dão pequenos passos que viajam como ondas através de todo o bando”, diz o resumo do estudo. “Ao longo do tempo, estes pequenos movimentos levam a reorganizações em larga escala do bando.”

“O tempo que um pinguim passa dentro de um bando é determinado majoritariamente pelo tempo de vida de um bando, tipicamente na ordem de horas, e em menor grau por uma monótona troca de pinguins que se unem ao bando preferencialmente na borda de fuga [ou no final] e deixam o bando na vanguarda [ou na ponta inicial]”, o cientista escreveu.

“No geral, os pinguins não mudam individualmente sua posição em relação a seus vizinhos, e não forçam sua saída ou entrada num bando.”

A equipe não tem certeza se a onda é desencadeada por um ou alguns pássaros dominantes ou por uma hierarquia de grupo como é encontrado em bandos de pombos.

Segundo o comunicado de imprensa, Zitterbart está agora desenvolvendo um observatório controlado remotamente para estudar os pinguins durante o ano todo, e espera que a diminuição do tamanho das colônias de pinguins na Antártica se reverta.

As novas descobertas foram publicadas online no PLoS ONE em 1º de junho de 2011.