A Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito sobre o esquema de formação de cartel em licitações do sistema de trens e metrô de São Paulo, entre a segunda metade da década de 1990 e 2008. Segundo a assessoria da PF, convencidos dos indícios obtidos contra os suspeitos, os delegados responsáveis pelo inquérito indiciaram 33 pessoas por envolvimento com o esquema. O inquérito foi enviado à Justiça Federal em São Paulo na segunda-feira (1º).
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A PF não revelou o nome dos indiciados, mas, pelas notícias divulgadas, entre os suspeitos de corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro estão ex-diretores de estatais paulistas, servidores públicos, doleiros, empresários e executivos de multinacionais.
As investigações indicam que empresas que disputavam contratos de construção, manutenção e compra de equipamentos para o sistema de trens e metrôs combinavam preços, formando cartel para, com a participação de servidores, aumentar os valores cobrados.
Uma das empresas investigadas, a Siemens Brasil, vem cooperando com as investigações, fornecendo ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) detalhes sobre o esquema, em troca de imunidade administrativa e redução de eventuais penalidades.
Em março deste ano, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou à Justiça 30 executivos de 12 empresas, acusados de envolvimento com fraudes em 11 contratos de licitações do Metrô de São Paulo e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Na época, o promotor de Justiça Marcelo Mendroni, do Grupo de Atuação Especial de Combate aos Delitos Econômicos (Gedec), afirmou que os prejuízos aos cofres públicos ultrapassavam R$ 834 milhões.
“Houve um esquema profissional montado por essas empresas para roubar dinheiro público pela formação de cartel e fraude à licitação”, declarou o promotor à época.
A parte do processo envolvendo investigados ligados ao Metrô e à CPTM está sob responsabilidade da Justiça Federal em São Paulo. Já a que envolve políticos com foro especial tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), que, por falta de provas, arquivou inquéritos contra o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e os deputados federais Arnaldo Jardim (PPS-SP) e Edson Aparecido (PSDB-SP).