PF encontra documentos em sede de empreiteiras com nomes de políticos

12/12/2014 15:05 Atualizado: 12/12/2014 18:59

A Polícia Federal confiscou documentos nas sedes de duas empresas envolvidas no esquema do Petrolão: Engevix e Queiroz Galvão. Na sede da empreiteira Queiroz Galvão, foi achada uma “grande quantidade de recibos oficiais de contribuições para vários partidos políticos”.

A Queiroz Galvão foi mencionada pelo primeiro denunciante da Lava Jato, Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras. Ele afirmou que o ex-presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (falecido em março de 2014) extorquiu R$ 10 milhões do esquema de suborno na Petrobras em troca do esvaziamento de uma Comissão Parlamentar de Inquérito que apurava, em 2009, desvios na estatal petrolífera.

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Quando essa parte da denúncia de Costa se tornou pública, em outubro, o PSDB tornou público nota justificando que a ocorrência seja investigada. “O PSDB defende que todas as denúncias sejam averiguadas com a mesma severidade, qualquer que seja a filiação partidária dos implicados e dos postos que ocupam.” A construtora Queiroz Galvão, na ocasião, negou suborno e disse, via assessoramento, que só repassa valores a políticos através de “doações exatamente dentro da lei”.

No relatório final da investigação sobre suposta participação da Queiroz Galvão no monopólio de empreiteiras que, de acordo com a Operação Lava Jato, apoderou-se de contratos bilionários da Petrobras, a PF alerta para “uma planilha de controle do ano de 2014 com o nome de alguns partidos e candidatos”, segundo o site de notícias Diário do Poder.O relatório é assinado pela delegada da PF Erika Mialik Marena, que participa da equipe da Lava Jato.

As mais importangtes referências nos papéis achados na Queiroz Galvão são ao candidato petista vencido para o governo de São Paulo, Alexandre Padilha, o senador Lindbergh Farias (PT) e Luiz Fernando Pezão (PMDB), que derrotou “Lindinho” (como está grafado no documento) na disputa pelo governo do Rio de Janeiro.

Outros nomes chamam atenção como “R. Jucá”, mas como o senador Romero Jucá (PMDB-RR) está na metade do mandato, as desconfianças incidem sobre seu filho, Rodrigo Jucá, vice na chapa de Francisco Rodrigues (PSB) ao governo de Roraima.

Na Engevix, a PF localizou uma outra lista com o nome da ex-ministra dos Direitos Humanos, deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) e de outros deputados e candidatos petistas. Ouros políticos citados são Bittar, Picciani (PMDB), Jilmar Tato (PT-SP) e Milton Leite, segundo o Estadão.