Estudos mostram os riscos nocivos para os operadores e as alterações a nível celular das espécies marinhas
A empresa Electromagnetic Geoservices (EMGS) informou nesta quinta-feira ter feito um contrato de 90 milhões de dólares com a Petrobras, a fim de realizar pesquisas utilizando sua tecnologia de descargas eletromagnéticas (EM) em águas profundas fora da costa do Brasil.
Estas descargas serão realizadas para obter dados durante um ano e serão feitas a partir da embarcação BOA Galatea.
Após o comunicado da celebração do contrato, a Petrobras requereu que o trabalho comece o mais rápido possível.
De acordo com um estudo publicado pela Estrucplan, este tipo de emprego deve considerar estritas normas de segurança devido aos elevados riscos para os responsáveis pelos equipamentos e para o meio ambiente, neste caso, o mar e os seres vivos que nele se encontram.
“Quando um feixe de radiação atravessa um meio ocorrem interações que dependem tanto do tipo de radiação e do material irradiado, mas qualquer que seja o caso, o meio absorve energia. Agora, se o material envolvido neste processo é de tipo biológico, podem-se produzir alterações no nível celular capazes de gerar efeitos nocivos para o ser vivo”, informa Estrucplan.
“A radiação eletromagnética pode ser de longitude curta como os raios ultravioletas e raios-X, que atravessam mais facilmente os corpos materiais ou raios gama, gerados pela transformação do núcleo atômico, muitas vezes acompanhados de partículas alfa e beta”, acrescenta o estudo.
Segundo a EMGS, “A vantagem desta tecnologia é que ela aumenta o sucesso de uma perfuração e assim diminui o risco de encontrar poços secos”, afirmou Dave Ridyard, presidente da empresa para as Américas.
De acordo com a empresa geofísica norueguesa EMGS, esta tecnologia eletromagnética, também conhecida como 3D EM ou CSEM (Fonte eletromagnética controlada), é usada para determinar se os depósitos identificados pelas interpretações sísmicas no fundo do mar contêm água ou hidrocarbonetos e quais são os depósitos que pode ser perfurados.
A tecnologia se baseia num indicador de diferença de resistência entre o petróleo e os sedimentos, o que torna possível identificar hidrocarbonetos e gás natural, já que eles apresentam uma maior resistência do que a água e os sedimentos.