A Petrobras pretende explicar, nas próximas semanas, a estratégia para reduzir o endividamento. O tema será alvo de discussão na alta administração da empresa ainda esta semana. A informação foi dada em teleconferência com analistas do mercado pelo diretor financeiro da empresa, Ivan Monteiro, nesta segunda-feira (18). Segundo o executivo, o assunto será discutido de forma “bastante profunda”.
Na divulgação dos resultados do primeiro trimestre, na última segunda-feira, a empresa relatou ter elevado sua dívida líquida em 18% em apenas três meses, de R$ 282,1 bilhões para R$ 332,5 bilhões. O valor não contempla as captações feitas em abril, no valor de R$ 29 bilhões.
A principal causa foi a desvalorização cambial, de 21%, entre o primeiro trimestre de 2014 e o de 2015, já que 75% da dívida da empresa é em dólar. O índice de alavancagem, que mede a relação entre endividamento líquido e a soma entre o endividamento líquido, subiu de 48% para 52% no período. Há três anos, a empresa considerava índice satisfatório o percentual de 35%.
“A discussão sobre alavancagem é uma discussão bastante profunda, e vai ser feita numa primeira reunião de diretores, com o presidente Aldemir Bendine, e, depois, um amplo debate com o conselho de administração. Após esses dois eventos, a gente vai se sentir muito mais à vontade não só de explicar detalhadamente o novo plano de negócios, mas, principalmente, como vamos endereçar a desalavancagem”, disse Monteiro. Ele voltou a dizer que a Petrobras vai praticar preços “competitivos” para os combustíveis, e que a empresa tem “liberdade” para estabelecer tal política.
Entre 2011 e 2014, a Petrobras amargou perdas próximas a R$ 90 bilhões por ter sido obrigada a vender combustíveis abaixo da cotação internacional.