Enquanto o 4 de junho deste ano – o 24º aniversário do Massacre da Praça da Paz Celestial – se aproxima, peticionários canalizaram-se em Pequim desde a sexta-feira passada, apenas para serem recebidos pela polícia, que rapidamente os enfiou em ônibus previamente preparados e, em seguida, enviou-os para as notórias prisões negras.
O Boxun, um website dissidente, estimou o número de peticionários presentes em 10 mil, mas o número exato é impossível de confirmar. Peticionários viajam regularmente de toda a China para a capital para manifestarem suas queixas contra as autoridades locais e centrais. Problemas comuns reclamados incluem expropriação forçada de terras, julgamentos injustos em tribunais locais e corrupção generalizada.
De acordo com as estimativas de duas testemunhas em 31 de maio, cerca de mil peticionários, pelo menos metade deles de Shanghai, foram empacotados em ônibus e levados, alguns deles foram colocados em prisões negras – instalações ilegais e às vezes violentas, mas conhecidas e numerosas, que se destinam a deter peticionários até que sejam reencaminhados a seus locais de origem.
Dois fatores estimulam esse grande número de pessoas, segundo especialistas no assunto falando com os Vigilantes dos Direitos Civis e da Subsistência, um website que acompanha atentamente os peticionários na China: a última sexta-feira de cada mês passou a ser tratada como um dia de petições e o iminente aniversário do massacre de 4 de junho levou mais pessoas às ruas.
O Diário Oriental, uma publicação de Hong Kong, disse que havia mais de 20 ônibus estacionados nas proximidades da Secretaria de Cartas e Apelações à espera dos peticionários. Pelo menos duas pessoas foram brutalmente espancadas pela polícia na cena, informou o Diário.
Kong Lingzhen, um peticionário de Shanghai, disse à NTDTV que havia cerca de mil peticionários de Shanghai no local em 31 de maio. “A polícia na Secretaria de Cartas de Apelações nos prendeu e colocou num ônibus para Jiujingzhuang”, uma grande prisão negra em Pequim.
Hu Jianguo, outro peticionário, disse que cerca de 500 pessoas foram empacotadas em ônibus e levadas para outra prisão negra.
A Rádio Som da Esperança disse que muitos peticionários informaram estar sendo ameaçados pela polícia para não viajarem a Pequim na próxima semana devido à proximidade do aniversário de 4 de junho, uma data considerada de grande sensibilidade política pelos líderes do Partido Comunista Chinês (PCC).
Tang Jingling, um advogado de direitos civis de Guangdong, disse ao Epoch Times numa entrevista que o PCC está atualmente em estado de “lei marcial” antes do aniversário do 4 de junho e que suas forças de segurança estão em alerta máximo.
Como parte dos preparativos para o aniversário do massacre, as autoridades também efetuaram uma “limpeza na internet” de grande alcance, fechando mais de 800 websites que teriam “conteúdo obsceno”. A limpeza durará até o final de junho; ativistas suspeitam que websites politicamente indesejáveis sejam os alvos principais da campanha.
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