Apesar da rígida segurança em torno das grandes reuniões políticas que ocorrem em Pequim, dois peticionários conseguiram penetrar numa conferência e discutir suas questões com uma série de “representantes do povo”.
Com mais de 3 mil delegados, o Congresso Popular Nacional (CPN) atua como um legislativo-carimbo para políticas de fato decididas pelo Partido Comunista Chinês (PCC). O CPN reúne-se anualmente ao lado da Conferência Consultiva Política Popular (CCPP), uma convocação que é conhecida coletivamente como “as duas reuniões”.
A Sra. Liu Yong e o Sr. Zheng Yuming viajaram da cidade de Tianjin, no Norte da China, para apelar às autoridades na capital, buscando reparações por injustiças sofridas sob autoridades comunistas locais.
Em 7 de março, eles entraram numa sala de conferências, onde delegados do Congresso Popular de Shandong estavam reunidos, segundo um artigo do website de direitos humanos 64Tianwang.
Liu Yong disse ao Epoch Times que a segurança era extremamente restrita, com grande número de policiais à paisana e guardas de segurança a postos. No entanto, a dupla misturou-se e andou calmamente com a multidão que entrava no edifício. “Eles provavelmente não poderiam dizer que eu era uma peticionária”, disse Liu Yong. “Esta foi uma oportunidade enviada por Deus para mim.”
Ela viu muitos delegados e jornalistas quando entrou na sala de conferência e apresentou seu caso a alguns dos representantes. “Alguns não me ouviram e simplesmente foram embora”, disse ela.
Liu Yong disse a um delegado de Shandong que sua filha não foi capaz de ir à faculdade devido à corrupção dos oficiais de Tianjin. O delegado não aceitou os documentos que ela lhe ofereceu. “Mas ele disse, ‘eu definitivamente apresentarei seu caso [às autoridades maiores] se eu tiver uma chance.’ Tudo ficou nestes termos.”
Ela disse que espera que seu sucesso em se aproximar dos delegados encoraje e inspire outros peticionários, embora seja incerto que efeitos terão seus tenazes esforços. Muitos reunidos no salão não poderiam intervir nas decisões de um departamento de educação de outra província.
Em 2004, a filha de Liu Yong passou no vestibular, sua pontuação não era alta o suficiente para ser admitida na escola de sua primeira escolha, mas a qualificava para entrar em sua segunda opção e em outras indicadas em sua ficha de inscrição. Contudo, as escolhas feitas por sua filha desapareceram dos registros e ela foi incapaz de atender à faculdade.
Liu Yong tem repetidamente apelado às autoridades em Tianjin e Pequim em busca de justiça por sua filha. Às vezes, as autoridades revidam ferozmente. Durante o período das duas reuniões em 2008, as autoridades enviaram mais de 30 pessoas para vigiarem Liu Yong e impedirem-na de sair de casa. Desde então, ela não tem liberdade para sair de casa em datas politicamente sensíveis. Numa ocasião em 2007, ela foi detida por 10 dias e espancada por uma dúzia de policiais.
“Se eu não tivesse lhes dito que tinha uma doença cardíaca, eu teria sido espancada até a morte”, disse Liu Yong. “Eles também trancaram minha filha num quarto de hotel com seis policiais observando-a, mas ela pulou do segundo andar e escapou.”
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