Peticionários amontoam-se diante da embaixada dos EUA depois da fuga de Chen Guangcheng

03/06/2012 03:20 Atualizado: 03/06/2012 03:20

Policiais militares chineses marcham para mudança de guarda em frente à embaixada dos EUA em Pequim em 2 de maio. (Mark Ralston/AFP/Getty Images)Peticionários começaram a chegar à embaixada dos EUA em Pequim numa base diária aparentemente provocados pela fuga do ativista chinês de direitos humanos Chen Guangcheng para o complexo diplomático.

Os peticionários não estavam tentando desertar da China para os Estados Unidos, mas principalmente tentando chamar atenção sobre sua situação.

Wang Chunmei e seu irmão Wang Yaxin, da cidade de Dalian, no nordeste da China, apelaram à embaixada dos EUA em Pequim no domingo porque foram forçados a abandonar sua casa, mas foram prontamente bloqueados pela polícia armada que estava estacionada fora da instalação.

Um policial paramilitar ameaçou os dois, dizendo que se eles “se atrevessem a entrar na embaixada, ambos seriam fuzilados”, lembrou Wang Chunmei numa entrevista com o Epoch Times.

Wang disse ao policial, “Atire em mim. Nós já fomos forçados a sair de nossa casa pelo governo e agora não temos para onde ir. Nós vamos morrer de qualquer jeito, eu preferia ser morta pela polícia em frente da embaixada dos EUA do que morrer num local remoto.”

Em seguida, a policial armada chamou a polícia convencional, que colocou os peticionários sob custódia na vila de Jingzhuang em Pequim.

Wang, que disse que ela e seu irmão foram à embaixada dos EUA nove vezes anteriormente, descreveu a embaixada como infestada com a polícia armada, policiais à paisana, e policiais uniformizados. No passado, sua identidade foi marcada e fotografada, e ela foi removida imediatamente cada uma das vezes, disse ela.

Pedindo ajuda a embaixada dos EUA

Houve dezenas de peticionários tentando entrar na embaixada cada dia, desde que Chen Guangcheng desertou, disse Wang.

Os peticionários, disse ela, não têm outro lugar para ir e resolver seus problemas, pois nenhum outro órgão do governo os ajudará. No passado, se os peticionários procurassem ajuda, poderiam contatar o Departamento de Cartas e Chamadas, mas recentemente esta agência limitou os registros para um a cada três meses.

E mesmo se peticionários fizerem um registro na agência, ela não os ajudará, disse Wang. Ela disse que o escritório é apenas uma fachada, dando a ilusão de que o governo tem a capacidade de ajudar as pessoas com suas necessidades humanitárias.

Huang Qi, um ativista de direitos humanos e fundador do 64tianwang.com, o primeiro website de direitos humanos na China dedicado a publicar notícias encobertas, disse ao Epoch Times que há uma diferença fundamental entre os peticionários que tentam procurar ajuda na embaixada dos EUA e casos de alta visibilidade como Chen Guangcheng ou Wang Lijun tentando pedir asilo.

Huang disse que os peticionários estão tentando aumentar a conscientização sobre seus problemas e obter ajuda do regime chinês ou procurar uma resolução pacífica.

Ele reiterou a alegação de Wang que peticionários têm mais frequentemente procurado ajuda na embaixada dos EUA, citando a falta de canais de socorro responsáveis dentro da China. Além disso, ele disse que isso chamará a atenção de organizações internacionais de direitos humanos e dos governos.

Após a fuga de Chen para a embaixada dos EUA, o poderoso Comitê dos Assuntos Político-Legislativos, chefiado por Zhou Yongkang, mobilizou um grande número de forças policiais e de segurança para afastar a onda de peticionários que tentam entrar na embaixada, disse Huang. Policiais muitas vezes os ameaçam com a morte.