Petição sobre colheita de órgãos solicita EUA a pressionar China

28/09/2012 09:19 Atualizado: 28/09/2012 09:19
Pede-se aos EUA que divulguem o que Wang Lijun revelou sobre a atrocidade
A Dra. Wang Wenyi (direita) e a Dra. Cynthia Liu (esquerda), membras do grupo ‘Médicos contra a Colheita Forçada de Órgãos’, se preparam para entregar a petição no gabinete de Susan E. Rice, a embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, em Nova York. (Amal Chen/The Epoch Times)

NOVA YORK – A petição de quase 25 mil assinaturas pede aos EUA para colocarem pressão sobre a China por meio da ONU para impedir a prática da colheita forçada de órgãos.

A petição, entregue em 26 de setembro no gabinete de Susan E. Rice, a embaixadora dos EUA na ONU, também pede ao governo dos EUA para liberarem qualquer informação que possuam sobre o envolvimento de Wang Lijun, o ex-chefe da polícia de Chongqing na China que foi condenado a 15 anos de prisão, nas atividades de colheita de órgãos.

Desde 2000, essas atividades têm em grande medida visado prisioneiros da consciência, especificamente praticantes da disciplina espiritual do Falun Gong. Pelo menos 60 mil praticantes do Falun Gong foram mortos quando seus órgãos foram extraídos, segundo estimativas de analistas do assunto. Os órgãos são vendidos por dezenas de milhares de dólares para chineses ricos, oficiais do Partido Comunista Chinês (PCC) e estrangeiros que necessitam de órgãos, segundo a petição.

“Queremos quebrar o silêncio, para que os Estados Unidos parem de ser apenas um observador, mas se posicione internacionalmente e exija o fim destes crimes”, disse o Dr. Torsten Trey, diretor-executivo dos ‘Médicos contra a Colheita Forçado de Órgãos’ (DAFOH), num conversa telefônica.

Seu grupo de defesa médica recolheu as petições e as entregou ao escritório de Rice no edifício das Nações Unidas. “Precisamos ver investigações internacionais chegarem ao fundo disto. Esta é a razão da petição”, disse ele.

As assinaturas foram coletadas por voluntários ao longo das últimas quatro a cinco semanas em cidades estadunidenses e foram então digitalizadas, gravadas num CD e DVD e entregues ao gabinete de Rice, juntamente com a carta de apresentação. “Pedimos que você tome uma atitude pelos que assinaram e levaram sua voz às Nações Unidas”, diz a carta.

O grupo recolheu mais de 24.300 até o domingo e era estimado que facilmente ultrapassaria 25 mil no intervalo antes da entrega. O escritório de Rice não respondeu a um pedido de comentário na tarde de 26 de setembro.

As pessoas foram enormemente receptivas à petição, disse Trey, citando histórias de voluntários em campo. “Notamos tremenda receptividade do povo. Muitos ofereceram sua ajuda ou sugestões e apoio”, disse Trey.

“Eles dizem, ‘Eu quero saber o que está acontecendo e, se as pessoas estão sendo mortas por seus órgãos, eu quero que isso acabe.’ Eles têm um simples desejo de fazer a coisa certa”, disse ele. “Poderíamos facilmente ter conseguido 100 mil assinaturas nos EUA em um mês”, acrescentou ele.

A Dra. Wenyi Wang, membra do DAFOH e ex-jornalista da edição chinesa do Epoch Times, esteve presente no dia e ajudou a entregar a petição ao gabinete de Rice. “Quando as pessoas souberem a verdade, elas farão a escolha certa”, disse ela. “A Declaração de Direitos Humanos da ONU surgiu há muitos anos; viemos aqui submeter a petição para lembrar à ONU que o regime chinês não está cumprindo com a declaração.”

A Dra. Cynthia Liu, uma patologista do Centro Médico da Universidade de Nova York e membra do DAFOH, ajudou a entregar a petição.

A carta e petição destacavam a evidência disponível da colheita de órgãos de praticantes do Falun Gong na China e observava, “Altos oficiais do PCC estão envolvidos em dirigir a colheita forçada de órgãos.”

Essas afirmações são baseadas em ligações telefônicas gravadas secretamente pela ‘Organização Mundial para Investigar a Perseguição ao Falun Gong’ (WOIPFG), cujos pesquisadores contataram a China se passando por vários oficiais comunistas e provocando admissões de oficiais do PCC e publicaram as conversas online.

“Acredita-se que Wang Lijun, em sua tentativa de desertar no consulado dos EUA em Chengdu em fevereiro de 2012, forneceu informações vitais sobre a colheita de órgãos para os funcionários do consulado”, diz a carta.

Quando perguntado sobre o assunto durante a coletiva do 17º Diálogo EUA-China sobre os Direitos Humanos, o secretário-adjunto de Estado norte-americano Michael H. Posner deu uma resposta ambígua.

Se o Departamento de Estado tem sido mais aberto com o Congresso não é conhecido. Uma coletiva somente com seus membros foi realizada pelo Comitê das Relações Exteriores num ambiente restrito em 26 de abril. Os membros da equipe de congressistas não foram autorizados a participar e a comissão não fez qualquer comentário sobre o conteúdo da coletiva após sua conclusão.

Posteriormente, pressão multiprolongada foi feita sobre a administração para divulgar o que sabe e para pressionar por maior atenção internacional e investigação.

A audiência do Congresso foi realizada recentemente por dois subcomitês do Comitê Parlamentar das Relações Exteriores, que convocou testemunhas para depor. O Rep. Dana Rohrabacher (R-Calif.), presidente de um dos subcomitês, descreveu a colheita de órgãos como um “crime monstruoso”.

Os membros do Congresso estão circulando uma carta com o objetivo de obter centenas de assinaturas num documento que será enviado à secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton, pedindo que o Departamento de Estado divulgue publicamente o que sabe sobre a colheita de órgãos de pessoas vivas na China e que informação Wang Lijun forneceu.

“Se tal evidência foi recebida e for trazida à luz, medidas podem ser tomadas para ajudar a impedir tais abusos abomináveis”, diz a carta. “Solicitamos, portanto, que o Departamento de Estado libere qualquer informação que possa ter que se relacione com os abusos de transplante na China, incluindo toda a documentação que Wang Lijun possa ter fornecido ao nosso consulado em Chengdu.”

Charlotte Cuthbertson contribuiu com reportagem.

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