Um apelo de 300 famílias camponesas pedindo a libertação de um praticante do Falun Gong detido abalou os altos escalões do regime chinês, de acordo com uma fonte na China, provocando reflexões dentro do regime sobre o sentido de uma campanha política muitas vezes violenta contra uma prática espiritual popular que já dura quase 13 anos.
No início deste mês, 300 camponeses da vila de Zhouguantun, na cidade de Botou, província de Hebei, representando suas famílias, assinaram uma petição com seus nomes completos e impressões digitais, pedindo a libertação de um homem chamado Wang Xiaodong que estava sendo mantido sob custódia por causa de suas crenças espirituais.
Wang foi acusado de produzir e distribuir CDs contendo informações expondo a perseguição ao Falun Gong, e sobre as crenças da prática do Falun Gong, uma prática espiritual tradicional de meditação chinesa que tem sido caluniada pelo Partido Comunista desde que este começou sua campanha contra o grupo em 1999. A casa de Wang foi invadida pela polícia de Segurança Nacional. Sua prisão deixou seu filho de 7 anos e sua mãe idosa, que está na casa dos setenta, para se proverem sozinhos.
Os camponeses ficaram indignados com o caso, dado que Wang era um professor muito conhecido e respeitado na vila pelos camponeses.
Depois de assinarem, os camponeses peticionários foram perseguidos e intimidados pelas forças de segurança, que tentaram fazê-los retratar suas declarações.
No entanto, a petição ressoou dentro do Partido Central, desencadeando um intenso debate sobre a campanha dispendiosa e malsucedida do Partido Comunista contra o Falun Gong, segundo uma fonte bem colocada.
“Muitos na liderança estão falando sobre este evento e a maioria deles está pedindo por uma solução pacífica. Xi Jinping e Li Keqiang têm consultado Zhu Rongji [o ex-primeiro-ministro], que disse que a condução do governo do evento de 25 de abril foi um completo fracasso. Li Ruihuan mesmo praticava o Falun Gong e tem sido um defensor aberto do Falun Gong”, disse o informante. O “25 de abril” se refere à data de 1999, quando mais de 10 mil praticantes do Falun Gong se reuniram diante do escritório de petições em Pequim pedindo ao Partido Comunista Chinês (PCC) que deixassem de perseguir os adeptos do Falun Gong.
A fonte disse que os oficiais do PCC relativamente liberais, como Zhu Rongji e Li Ruihuan, tentaram parar a perseguição, mas não conseguiram.
A fonte, que falou com o Epoch Times na condição de anonimato, pois revelar segredos de Estado pode resultar em pena de morte na China, disse que as autoridades locais que conduzem o caso de Wang Xiaodong têm sido frustradas e esgotadas desde que a petição foi apresentada. Elas não esperavam um resultado tão sério, e seus superiores hierárquicos instruíram-nas a usar todos os seus recursos para rastrear e recuperar a petição original.
“Com a petição desses 300 camponeses, os esforços do Partido Comunista para demonizar o Falun Gong em breve serão revertidos”, disse a fonte.
Quando o ex-chefe de polícia de Chongqing, Wang Lijun, fugiu para o consulado dos EUA em Chengdu em 6 de fevereiro, ele colocou em movimento uma tempestade política que não tem amenizado. A batalha nos bastidores gira em torno da postura tomada pelos oficiais em relação à perseguição ao Falun Gong. A facção das mãos ensanguentadas, composta pelos oficiais que o ex-líder chinês Jiang Zemin promoveu para realizarem a perseguição ao Falun Gong, tenta evitar ser responsabilizada por seus crimes e continuar a campanha genocida. Outros oficiais têm se recusado a continuar a participar da perseguição. Esses eventos apresentam uma escolha clara para os oficiais e cidadãos chineses, bem como para as pessoas em todo o mundo: apoiar ou opor-se à perseguição ao Falun Gong. A história registrará a escolha de cada pessoa.