Petição de camponeses chineses muda o curso da história

28/05/2012 03:00 Atualizado: 28/05/2012 03:00

Duas páginas da petição (direita) assinada por 300 moradores da vila de Zhoutun, na cidade de Botou, província de Hebei, pedindo a libertação do praticante do Falun Gong, Wang Xiaodong. (The Epoch Times)A petição de 300 habitantes da vila de Zhoutun, na cidade de Botou, província de Hebei pedindo a liberação do praticante do Falun Gong, Wang Xiaodong, abalou o círculo da liderança chinesa. O Epoch Times soube que a Comissão Central de Inspeção Disciplinar apresentou um documento aos 24 membros da Central do Politburo sobre o incidente, e vários membros do Comitê Permanente ficaram chocados depois de lê-lo.

Isso mudará o curso da história

Uma fonte próxima à liderança chinesa disse ao Epoch Times que várias autoridades maiores do Partido pensam que este incidente mudará o curso da história, como a história da vila de Xiaogang durante a era Deng Xiaoping.

Em 1978, 18 camponeses de Xiaogang no leste da província de Anhui arriscaram suas vidas assinando um acordo secreto que dividia a terra de sua Comuna Popular em pedaços para cada família cultivar. Seu pacto é amplamente considerado como o início do período de rápido crescimento econômico e industrialização que a China tem experimentado nos trinta anos desde então. O documento histórico, com as impressões digitais dos camponeses em vermelho está em exibição no Museu Nacional da China. Os peticionários da vila de Zhoutun também usaram cera vermelha para marcar suas impressões digitais.

A fonte disse que muitos líderes do Partido Comunista Chinês (PCC), incluindo Xi Jinping (o pressuposto próximo líder do PCC), Li Keqiang (vice-primeiro-ministro) e Zhu Rongji (ex-primeiro-ministro), estão discutindo sobre a petição, e alguns dos principais líderes expressaram que gostariam de resolver a questão.

Wang era um professor muito querido na vila. Sua casa foi saqueada e ele foi acusado de produzir e distribuir CDs contendo informações que expunham a perseguição ao Falun Gong. A prática de meditação pacífica também conhecida como Falun Dafa, que foi caluniada pelo PCC desde o início de sua campanha contra o grupo em 1999. Os moradores que assinaram a petição pela libertação de Wang foram perseguidos e intimidados pelas forças de segurança, e ultimamente pressionados a retirar suas declarações.

De acordo com um estudioso internacionalmente aclamado, que deu uma entrevista ao Epoch Times em 25 de maio sob o pseudônimo de Qin Ming (por segurança), uma série de estudiosos de Pequim está discutindo escrever uma carta conjunta pedindo a Central do PCC para resolver a questão do Falun Gong e conferir proteção constitucional à prática. Qin disse que tal carta levaria o Partido a agir antes do próximo 18º Congresso Nacional. Se não forem tomadas medidas, eles ainda persistirão, disse Qin.

Casos de pessoas se levantando para proteger os praticantes do Falun Gong têm se tornado cada vez mais frequentes na China.

No final de 2011, 40 camponeses da área de Chaoyang, na província de Liaoning, assinaram uma petição solicitando a libertação do conterrâneo Zhang Guoxiang, um praticante do Falun Gong que foi ilegalmente detido pelas autoridades locais por sua crença.

Em setembro de 2011, cerca de 2.300 camponeses no condado de Changli, na cidade de Qinghuandao, província de Hebei, assinaram uma petição exigindo a libertação da prisão do praticante do Falun Gong chamado Zhou Xiangyang.

Em 27 de março, cinco advogados defenderam vigorosamente quatro praticantes do Falun Gong na Corte Distrital de Acheng na cidade de Harbin, província de Heilongjiang, com todos eles alegando inocência. Os advogados argumentaram que os cidadãos da China têm o direito constitucional à liberdade religiosa.

De acordo com um dos advogados, Dong Qianyong, muitos agentes da lei tornaram-se relutantes em perseguir os praticantes do Falun Gong desde que Wang Lijun, o ex-chefe da Secretaria de Segurança Pública de Chongqing, foi deposto depois de sua tentativa frustrada de deserção no consulado norte-americano em 6 de fevereiro. Ele disse ao Epoch Times que a situação está melhorando na China. “Muitas pessoas têm vindo a fazer esforços para mudar a situação, não só advogados, mas também a polícia”, disse ele.

Hu Jun, diretor da Campanha de Direitos Humanos na China, disse ao Epoch Times que a petição dos 300 camponeses demonstrou que os praticantes do Falun Gong têm despertado muitos chineses, inspirando-os a tomarem medidas.

O comentarista político Chao Changqing disse que a petição da vila de Zhoutun demonstra que as coisas estão mudando na China, as pessoas estão se atrevendo a falar e exigir justiça.

Em 15 de maio, o Epoch Times ligou para o escritório do município de Fu, que supervisiona a vila de Zhoutun, mas a pessoa que atendeu ao telefone não era acessível. O Epoch Times ligou para o escritório novamente em 25 de maio. Desta vez, o atendente disse que Wang Xiaodong ainda estava sob custódia, mas acrescentou que as autoridades do município estão reconsiderando a petição dos camponeses.