Pessoas e investimentos fogem da China

22/05/2013 15:32 Atualizado: 22/05/2013 16:45
Chineses têm comprado bens imobiliários nos EUA, Canadá, Austrália e Reino Unido
O mercado imobiliário de Vancouver, no Canadá, tem estado aquecido com 40% vendido para chineses em 2012 (Bruce Bennett/Getty Images)

O número de chineses adquirindo propriedades em países ocidentais e transferindo seu dinheiro para fora da China, tanto legal como ilegalmente, tem aumentado significativamente desde 2011.

Um analista do setor financeiro diz que atualmente há quatro grupos de pessoas que transferem ativos para o exterior a fim de evitar prejuízo com a agitação social crescente na China: imigrantes, investidores, empresários e celebridades.

Outro grupo são os “oficiais nus”, assim chamados porque enviam suas famílias para viverem no exterior, ficando sozinhos na China – ou oficiais corruptos que transferem para o exterior recursos obtidos ilegalmente no caso de terem de fugir da China às pressas.

Mercado imobiliário aquecido

Compradores chineses estão esquentando os mercados imobiliários em todo o mundo.

Nos Estados Unidos, a Associação Nacional de Corretores (NAR) divulgou seu relatório anual, mostrando que em 2007 as compras de bens nos EUA por chineses representaram 5% do total das vendas internacionais.

No entanto, em 2011, esse valor saltou para 11% e chineses (incluindo compradores de Hong Kong) gastaram um total de US$ 9 bilhões em aquisição de imóveis. A China se tornou assim o segundo maior comprador estrangeiro de imóveis nos Estados Unidos pelo segundo ano consecutivo.

De 2010 a 2011, os compradores chineses investiram 4,09 bilhões de dólares australianos (US$ 4 bilhões) no mercado imobiliário da Austrália, tornando-se o segundo maior comprador estrangeiro no país.

A Colliers International, uma empresa de consultoria imobiliária, divulgou relatório no início de 2012 mostrando que, ao longo dos últimos 20 anos, há uma tendência crescente de investidores chineses comprando imóveis no Canadá. A proporção de compradores chineses em Vancouver, no Canadá, foi de 29% em 2011 para mais de 40% em 2012.

Em junho de 2011, segundo uma pesquisa realizada pela Knight Frank, uma corretora de imóveis no Reino Unido, os compradores chineses gastaram 120 milhões de libras (US$ 182 milhões) em compras de imóveis em Londres.

Enquanto isso, o “Relatório de Migração Internacional Chinesa (2012)” do Livro Azul do Talento Internacional revelou que a China está experimentando sua terceira onda de imigração. Em 2011, a China teve mais de 150 mil pessoas emigrando permanentemente para vários dos principais países do mundo.

Bancos clandestinos em crescimento

De acordo com um artigo do Semanário Econômico da China, no centro da cidade de Shenzhen, no sul da China, muitas lojas, passando-se por agentes de educação, operam bancos clandestinos.

Estes bancos permitem que fundos sejam transferidos para contas no próprio território. Depois disso, esses bancos depositam o equivalente em moeda estrangeira numa conta aberta no exterior para o cliente.

Geralmente, eles operam certo número de contas simultaneamente para evitar detecção. Os bancos cobram uma taxa de 0,8 a 1,5% do valor manuseado de acordo com o volume das transações.

O dinheiro também é lavado por meio de casinos no estrangeiro e cartões bancários e dinheiro são transferidos com sucesso para o exterior, contornando a Administração Estatal de Câmbio da China.

O presidente de um ramo do Banco de Construção da China disse a um repórter do Epoch Times que “A economia da China está numa situação ruim e muitos recursos legais e ilegais estão sendo enviados para o exterior. Temos muito dinheiro em circulação todos os dias. Há um problema óbvio, a julgar pelo fluxo de fundos, e essa anormalidade também pode ser vista na quantidade e no período de rotação do dinheiro.”

Comércio importação-exportação

As companhias chinesas criaram uma maneira de aumentar seus lucros em contas no exterior colaborando com empresas estrangeiras. As empresas chinesas estão relatando preços de importação mais elevados e preços de exportação mais baixos, o que lhes permite manter grandes lucros em contas no exterior.

Este fenômeno já está se refletindo em dados do comércio público. De acordo com as estatísticas aduaneiras oficiais, no primeiro trimestre deste ano, as exportações da China continental para Hong Kong totalizaram US$ 105,6 bilhões, que é um aumento de 74,2% ano-a-ano.

Pessoas na indústria dizem que é incomum que as exportações no primeiro quarto do ano aumentem tão drasticamente e excedam de tal forma os valores de importação. Zhu Haibin, economista-chefe do JP Morgan para a China, disse ao Semanário Econômico da China que seus analistas “não descartam a possibilidade de que o capital e os lucros estejam sendo transferidos para o exterior por meio de exportações para Hong Kong”.

Além disso, os analistas acreditam que em 2011 o regime chinês aprovou 10 vezes mais investimentos estrangeiros, aumentando também a quantidade de recursos transferidos.

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