A lagarta que está causando mais de um bilhão de prejuízo nas lavouras no país pode ser controlada por minúsculas vespas do gênero Trichogramma, segundo pesquisador da Embrapa.
Ivan Cruz, do Núcleo de Pesquisa em Fitossanidade da Embrapa Milho e Sorgo, de Sete Lagoas, Minas Gerais, diz que a vespa é o principal agente para controlar os ovos de diversas espécies de Lepidoptera, o qual a lagarta helicoverpa está incluída. As vespas devem ser liberadas no campo e é eficaz também para controle da lagarta-do-cartucho.
“A liberação desse agente de controle biológico deve estar associada com armadilha contendo feromônio sexual que, ao ser utilizado no campo, serve para detectar a chegada da mariposa na área-alvo e indicar a época de liberação. A armadilha, bem como o feromônio sexual, já está disponível no mercado internacional”, explica o pesquisador em comunicado da Embrapa.
Cruz ainda aponta que o parasitismo das vespas aos ovos da lagarta são naturalmente altos em plantações de milho, o que indica adaptação da vespa e uma possibilidade real de controle biológico da lagarta helicoverpa.
Helicoverpa armigera é uma praga muito severa em países da Ásia, África e Austrália. Ataca culturas como milho, soja, algodão, girassol, feijão, cereais, culturas hortícola, entre outras. É uma espécie parecida com outra praga das culturas de milho, Helicoverpa zea.
Devido aos prejuízos causados pela lagarta nas lavouras do Brasil, de mais de R$ 1,4 bilhão, o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) declarou, mediante portaria, emergência fitossanitária no país.
Mais controles à praga
A Embrapa disponibilizou o documento Alerta à Helicoverpa, informações técnicas sobre a praga e medidas de controle. A Embrapa Milho e Sorgo também criou, na primeira semana de abril, o hotsite “mipmilho”, com ações relacionadas ao Manejo Integrado de Pragas.
Dia 30 de julho ocorrerá em Luis Eduardo Magalhães, oeste da Bahia, o Seminário Brasileiro sobre Helicoverpa. Está sendo organizado pela Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Instituto Brasileiro do Algodão (IBA) e Associação de Irrigantes da Bahia (Aiba) com o apoio do MAPA. O evento é aberto ao público.
O MAPA informou que o grupo criado para propor ações emergenciais de controle à praga autorizou a importação e o registro da substância Benzoato de Emamectina, que atua no ciclo biológico da lagarta, para poder iniciar o manejo integrado de pragas. Outros cinco inseticidas foram registrados em caráter emergencial, sendo dois biológicos – Vírus VPN-HzSNPV e Bacillus thuringiensis – e três químicos – Clorantraniliprole, Clorfenapyr e Indoxacarbe.
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