O animal que vive à maior profundidade na Terra no mundo, um artrópode chamado colêmbolo, foi encontrado em Krubera-Voronja, a mais profunda caverna conhecida, localizada nas Montanhas do Caucaso Ocidental, onde a Europa e a Ásia se encontram.
Os colêmbolos pertencem à classe das Collembola que são comumente encontrados em cavernas, onde se alimentam de fungos e detritos. Eles têm seis pernas, como os insetos, mas não tem asas.
Vivendo na completa escuridão a 1,98 km abaixo do solo, essa minúscula criatura sem olhos foi chamada de Plutomuros ortobalaganensis. Foram encontradas três outras novas espécies, também colêmbolos, por cientistas Europeus na Expedição Ibero-Russa ‘CaveX Team’.
Como parte da expedição, os cientistas queriam estudar a distribuição vertical dos invertebrados na caverna mais profunda do mundo.
“Nós ficamos realmente surpresos com essa biodiversidade na biosfera de profunda subsuperfície, em um tipo de ambiente tão abiótico, sem luz e com temperaturas muito baixas (0,5 a 5°C)”, disse a pesquisadora Sofia Reboleira da Universidade de Aveiro em Portugal ao Epoch Times.
A caverna Krubera-Voronja, desce até 2.191 km abaixo da superfície terrestre e é a única caverna conhecida a alcançar mais de 2 km de profundidade. Encontrar qualquer animal ainda mais profundo que este atual recorde esta, portanto, limitado devido a sua acessibilidade por parte dos humanos.
“Se a exploração de cavernas for possível em profundidades ainda maiores, talvez assim poderemos encontrar vida invertebrada abaixo deste ponto”, Reboleira concluiu.
As quatro espécies de colêmbolos possuem características típicas de animais subterrâneos, sem olhos ou pigmentação corporal e órgãos sensoriais especializados. Por exemplo, um deles tem um quimiorreceptor altamente especializado atrás de sua antena.
O coautor do estudo, Enrique Baquero da Universidade de Navarra na Espanha, explicou via email que os colêmbolos de caverna normalmente têm quimiorreceptores em suas antenas, e órgãos pós antenais (OPA) usados para quimiorrecepção. São normalmente pequenos com algumas projeções parecidas com dedos e não se elevam a partir da cutícula do animal.
“Nós mencionamos o espetacular quimiorreceptor por que esta é a primeira vez que um OPA é encontrado nesta forma”, ele disse.
Os achados foram publicados nos Comentários sobre Artrópodes Terrestres volume 5 (2012) pg. 35-85 em 22 de fevereiro.