Em uma das melhores pesquisas dos últimos tempos, a Datafolha buscou analisar como pensam os brasileiros sobre diversas questões nacionais, a partir da perspectiva da liberdade moral e econômica. Em suma, fez um grande Diagrama de Nolan com os brasileiros.
O Diagrama de Nolan ou Gráfico de Nolan é um diagrama político popularizado pelo libertário norte-americano David Nolan para ilustrar a alegação de que o liberalismo defende tanto as liberdades econômicas quanto as liberdades morais, num contraste visual tanto com a esquerda quanto com a direita. De acordo com Nolan, a esquerda defende apenas as liberdades morais, enquanto a direita conservadora defende apenas as liberdades econômicas.
Os resultados, do ponto de vista liberal, não foram animadores.
No que tange à liberdade econômica, brasileiros acham que o governo deve investir na economia (67%), regulá-la (58%), resgatar grandes empresários em dificuldade (57%) e defende maior regulação do direito do trabalho (54%). Por outro lado, é dividido quanto a benefícios sociais e defende majoritariamente a redução de impostos.
Evidentemente que brasileiros não possuem consciência política e não entendem o conceito de escassez, já que defendem a redução de impostos e o investimento público ao mesmo tempo. Mas com que dinheiro, se são contra os impostos?
Essa pesquisa revela, com força, que o brasileiro se acostumou a não ser economicamente livre. Para este brasileiro médio, a propaganda estatal de que a culpa pelos oligopólios e pela exploração do consumidor comum é do mercado, e não do governo aliado a grandes empresários oligopolistas, funcionou perfeitamente.
Com isso, serviços públicos precários e serviços privados oligopolizados continuam a ser servidos de maneira cara e ineficaz, sem reação popular, pois o povo não entende a relação de causa e efeito entre grandes governos e concentração de mercado.
Já do ponto de vista da liberdade moral, são à favor da causa homossexual e da migração, mas são contra a liberdade de armas, de consumo de drogas. Cabe destacar ainda que são a favor da redução da maioridade penal e de uma maior ênfase na punição penal.
Tendem então mais ao conservadorismo que ao liberalismo moral (à exceção da questão homossexual).
Por isso, tenderia a alocar o brasileiro médio, dentro do diagrama de Nolan exposto acima, em uma região entre o centro e o nacional-estatismo.
Será mesmo que o brasileiro médio é um fascista moderado?
Esse artigo foi originalmente publicado pelo Instituto Liberal