Perseguida na China, atacada em São Francisco

05/07/2012 11:00 Atualizado: 05/07/2012 11:00

A Sra. Wang Dafang apela aos legisladores e transeuntes nos degraus da prefeitura de Sacramento, Califórnia. (Youzhi Ma/The Epoch Times)Na “terra do céu azul”, praticante do Falun Gong sofre crime de ódio

SÃO FRANCISCO – A Sra. Wang Dafang é uma praticante do Falun Gong que vive em São Francisco. Seu olhar bondoso e sorriso caloroso podem ser vistos frequentemente no bairro chinês, onde Dafang informa as pessoas sobre a perseguição na China que ela e sua família experimentam desde 2001.

A história de Dafang começou em 1999, quando seu trabalho como jornalista engajou-a na tarefa de realizar investigações secretas com o objetivo de encontrar falhas no Falun Gong. Porém, em suas muitas entrevistas com praticantes do Falun Gong, ela desenvolveu uma compreensão mais profunda e positiva da prática.

Entre seus entrevistados estavam estudiosos das Universidades de Pequim e Tsinghua, os dois institutos líderes na China, que compartilharam com ela suas experiências de praticarem o Falun Gong. Curiosa sobre o porquê eles praticavam, ela começou a ler os livros do Falun Gong. Lentamente, ela veio a reconhecer que na China, os padrões morais eram muito baixos e que as pessoas prejudicavam uma as outras a fim de satisfazerem seus desejos egoístas.

O Falun Gong ensina as pessoas a praticarem a verdade, a compaixão e a tolerância. A prática era como uma lâmpada de rua, que aponta um caminho no escuro, compreendeu Dafang. “Se todo mundo olhasse para dentro e fizesse as coisas de acordo com altos padrões morais quando houvesse um conflito, então, a sociedade chinesa mudaria fundamentalmente e seria estável e pacífica”, disse ela.

Infelizmente, Dafang não praticou em paz por muito tempo. Em julho de 1999, a perseguição ao Falun Gong começou. A irmã mais nova de Dafang foi para a capital de Pequim apelar pelo fim da perseguição ao Falun Gong e foi ilegalmente detida em agosto de 2001. Ela foi sentenciada a dois anos num campo de trabalho.

Em dezembro de 2001, a família de Dafang foi convocada e mostraram-lhes o cadáver de sua irmã no hospital militar do campo de trabalho. “Suas mãos estavam muito inchadas como se ela tivesse recebido uma injeção letal, mas os guardas insistiram que era por causa de um estilhaço”, disse Dafang. “Outros praticantes que voltaram do campo de trabalho mais tarde disseram-nos que sempre que a viam, seu rosto estava coberto de sangue devido à tortura”, disse ela. “Foi muito traumatizante para toda nossa família.”

A supressão aos direitos humanos não para por aí. Os pais idosos de Dafang, em seus 80 anos, foram regularmente assediados pela polícia, que frequentava sua casa para pressioná-los. A polícia exigia que renunciassem a sua fé no Falun Gong e que assinassem uma aprovação para cremar a irmã de Dafang, que implicaria que ela morreu de causas naturais. Eles rejeitaram ambas as demandas.

Após a morte de sua irmã, Dafang também foi a Pequim para aumentar a conscientização sobre a perseguição brutal. Quando ela foi detida na delegacia, ela foi espancada com quatro bastões elétricos de alta tensão. “Sete ou oito pessoas me puxaram para uma enorme sala vazia, pisaram em mim e me eletrocutaram com quatro bastões elétricos simultaneamente. Eles bateram-me em todos os lugares, até mesmo na minha cabeça”, disse ela. “Quando eu ainda estava consciente, eu podia sentir-me saltando no chão devido à eletricidade que passava por meu corpo. Minha garganta estava tão seca que eu mal podia respirar. Naquele momento, eu senti que havia água no chão. Mais tarde, eu percebi que não conseguia controlar minha urina por causa da tortura”, lembrou ela.

Depois disso, Dafang foi transferida para outra delegacia, onde 49 policiais questionaram-na dia e noite. “Naquele momento, de pé no chão, eu sentia como se estivesse de pé em algodão e não poderia permanecer ereta”, disse ela. “Eles me perguntaram: ‘Por que você veio para Pequim?’ Eu disse, ‘Antes de vir, eu ouvi que 18 mulheres praticantes do Falun Gong foram lançadas em celas masculinas para serem estupradas numa prisão em Shenyang. Se sua irmã, mãe ou esposa estivessem entre as 18 mulheres, você seria capaz de ficar em casa? Você certamente não seria. Você sentiria que era egoísta. Numa prisão [na província] de Heilongjiang, 15 praticantes foram espancados até a morte num dia. Se sua família estivesse entre eles, você certamente iria a Pequim para conversar com os líderes centrais que você confia.'”

Dafang deixou a China no ano passado. “Eu vim para os Estados Unidos pensando que estava numa terra livre e podia estar segura. O céu é azul e eu posso praticar os exercícios do Falun Gong livremente e falar abertamente sobre o que está acontecendo hoje na China e o que aconteceu com minha irmã.”

No entanto, em 10 de junho, Dafang foi duramente agarrada por um homem numa camisa vermelha na esquina de Grant e Washington. No momento da entrevista, mais de duas semanas mais tarde, grandes hematomas verdes ainda podiam ser vistos em seus braços. “Depois que fui agarrada, eu fiquei tão triste que isso estivesse acontecendo nos Estados Unidos. Eu chorei enquanto segurava as faixas que falavam da perseguição na China. Alguns chineses que passavam me incentivaram dizendo: ‘Não chore, nós sabemos que vocês são boas pessoas e que a verdade, compaixão e tolerância são boas. Mas temos medo de nos levantarmos para ajudá-la'”, disse Dafang.

Moradores locais do bairro chinês contaram a ela que as pessoas que atacaram e bateram em praticantes do Falun Gong nas ruas eram subornados pelo consulado chinês para caluniarem o Falun Gong e criarem confusão.

Quando perguntada por que continua a praticar o Falun Gong depois de passar por tal perseguição, ela calmamente disse, “Quando você percebe profundamente em seu coração que ser sincero, falar e fazer as coisas honestamente, ser compassivo, tolerante e perseverar, mesmo quando os outros fazem algo de errado a você, você se senti feliz a cada dia e tem uma vida plena.”