Quando Fu Hui soube que o regime chinês começou a perseguir o Falun Gong, ela decidiu que deveria apelar às autoridades de Pequim. Em 2000, logo após a perseguição começar em 20 de julho de 1999, ela foi detida e presa por 12 meses.
Treze anos depois, as provações de Fu Hui ainda não acabaram. Em 21 de março de 2013, ela foi presa na cidade de Shenyang, na província de Liaoning, nordeste da China, e levada para o Centro de Detenção No. 1 de Shenyang, onde foi interrogada e torturada pela polícia.
A polícia repetidamente a eletrocutou com bastões elétricos e enfiou varetas de bambu afiadas embaixo de suas unhas. Quando Fu Hui desmaiou de dor, a polícia jogou água fria sobre ela para acordá-la e, então, continuou a torturá-la.
De 1º de janeiro a 30 de junho deste ano, 2.100 praticantes do Falun Gong como Fu Hui foram presos por delegacias locais e Agências 610 em todo o país, segundo um relatório recente do Minghui.org, um website do Falun Gong. A Agência 610 é um órgão extralegal do Partido Comunista Chinês (PCC) criado em 1999 com a finalidade de conduzir a perseguição ao Falun Gong.
O Centro de Informações do Falun Dafa (CIFD), uma assessoria de imprensa do Falun Gong, estima que centenas de milhares de praticantes do Falun Gong estejam detidos em instalações de detenção legais e extralegais na China, tornando-os o maior grupo de prisioneiros de consciência no país.
No primeiro semestre deste ano, outros 12 praticantes foram condenados sem julgamento à reeducação pelo trabalho forçado, enquanto 450 foram condenados à prisão ou a campos de trabalhos forçados após uma breve audiência judicial. Quarenta e três morreram de tortura ou abuso.
Desde que a repressão começou em 1999, o Minghui relatou um total de 3.697 mortes, embora o número real seja muito maior. Devido à severa censura à informação na China, o número exato das vítimas de tortura e morte é desconhecido, disse Erping Zhang, porta-voz do CIFD, numa entrevista por e-mail.
“Os casos documentados pelo site Minghui são apenas casos confirmados de fontes na China. Muitas vezes, tomamos conhecimento de alguns casos de prisão ou morte meses ou mesmo anos depois do ocorrido, por causa da censura na China”, disse Zhang. Praticantes do Falun Gong na China, bem como ONGs internacionais e grupos de direitos, ajudam a fornecer dados para os relatórios do Minghui.
Muitos praticantes também morreram devido à colheita forçada de órgãos. Nos últimos anos, surgiram evidências sobre a colheita e venda sistemática de órgãos de prisioneiros de consciência na China, a maioria deles praticantes do Falun Gong.
Numa investigação de 2006 realizada pelo advogado de direitos humanos David Matas e pelo ex-secretário de Estado canadense (Ásia-Pacífico) David Kilgour, eles confirmaram que órgãos estavam sendo extraídos de praticantes do Falun Gong na China para venda a pacientes que necessitam de transplantes de órgãos, matando os praticantes no processo.
Embora o número de transplantes de órgãos realizado na China continue sendo um segredo de Estado, David Matas disse ao Epoch Times numa entrevista de 2012 que ele estima que 8 mil praticantes do Falun Gong sejam mortos a cada ano por seus órgãos. Com base neste cálculo, dezenas de milhares já morreram como vítimas desta política brutal do regime chinês.
Zhang observou que estatísticas recentes mostram que o regime não reduziu sua perseguição ao Falun Gong. “Os números falam por si mesmos, a perseguição ao Falun Gong na China continua implacável, se não pior, com uma média de pelo menos sete mortes por mês, 23 casos de sequestro a cada dois dias e cerca de cinco pessoas condenadas a cada dois dias por meio de procedimentos ilegais. Precisamos estar conscientes de que o PCC tem recorrido a toda a maquinaria do Estado para erradicar o Falun Gong pelos últimos 14 anos.”
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