O perigo dos remédios contra o colesterol

01/02/2015 19:30 Atualizado: 02/02/2015 00:18

O perigo dos remédios contra o colesterol (Título original em ingês: 7 Ways To Prevent and Even Reverse Heart Disease With Nutrition)

Considerando-se que a doença cardíaca é a causa número um de morte nos países desenvolvidos, qualquer coisa que façamos para previni-la, retardá-la ou até mesmo revertê-la, é de grande interesse para o público em geral.

Infelizmente, milhões de pessoas não têm conhecimento do extenso material de literatura biomédica que existe apoiando o uso de compostos naturais para prevenir e, até mesmo, reverter doenças do coração.

Em vez disso, gastam-se bilhões com compras de medicamentos utilizados para baixar o colesterol, que são altamente tóxicos – inclusive cardiotóxicos, além de causarem outros 300 efeitos colaterais comprovados -, simplesmente porque médicos dizem para usá-los.

Leia também:
Quando medicina e indústria farmacêutica preferem doenças 

Tendo isso em mente, vamos verificar o que há de saudável na própria literatura biomédica.

Três substâncias naturais que reduzem o risco de morte de origem cardíaca

Ácidos graxos ômega-3

Existe um corpo robusto de pesquisas que indica que o risco de morte cardíaca súbita é reduzido quando se consomem níveis mais elevados de ácidos graxos ômega-3. Ainda em 2002, o New England Journal of Medicine publicou um estudo intitulado “Os níveis sanguíneos de ácidos graxos de cadeia longa n-3 e o risco de morte súbita”, o qual concluiu: “Os ácidos graxos n-3 encontrados nos peixes estão fortemente associados com um risco reduzido de morte súbita entre os homens sem evidência de doença cardiovascular prévia.”

Outro estudo de 2002, publicado na revista Circulation, constatou que a suplementação de ácidos graxos ômega-3 reduz a mortalidade total e a morte súbita em pacientes que já tiveram um ataque cardíaco. [1]

É importante notar que a classe de drogas mais vendida para o tratamento do colesterol, as estatinas, pode, na realidade, reduzir a eficácia dos ácidos graxos ômega-3 na proteção do coração. Isso tem sido colocado como uma explicação de porque as pesquisas mais recentes parecem mostrar que o consumo de gorduras ômega-3 não reuz o risco de mortalidade cardíaca.

Para obter mais informações sobre pesquisas e os benefícios do ômega-3 acesse: Topic: Cardiac Mortality – Focused: Omega-3 Fatty Acids

Vitamina D

Níveis [deficientes] deste composto essencial foram diretamente associados com o risco de morte originado por múltiplas causas. Porcentagens menores do que 25% de vitamina D estão associadas a uma taxa de aumento de 26% de todas as causas de mortalidade. [2] Foi proposto que a duplicação dos níveis globais de vitamina D poderiam reduzir significativamente a mortalidade. [3] Uma pesquisa publicada na revista Clinical Endocrinology, em 2009, confirmou que os níveis mais baixos de vitamina D estão associados com o aumento da mortalidade por todas as causas, mas também que esse efeito é ainda mais acentuado em realção à mortalidade cardiovascular. [4] Esta descoberta foi confirmada no mesmo ano no Journal of the American Geriatric Society [5] e novamente em 2010 no American Journal of Clinical Nutrition [6]

Magnésio

Em um mundo enlouquecido com suplementação inorgânica de cálcio – apesar de sua conhecida associação com maior risco de mortalidade cardíaca – para doenças inventadas através do T-score – o qual define o que são “osteopenia” e “osteoporose” -, o papel do magnésio na proteção contra doenças do coração poderia estar sendo minimizado. É bem sabido que até mesmo o envelhecimento acelerado do músculo cardíaco experimentado por aqueles que participaram de longos voos espaciais é devido à deficiência de magnésio. Em 2010, o Journal of Biomedical Sciences relatou que os riscos cardiovasculares são significativamente menores em indivíduos que excretam níveis mais elevados de magnésio, indicando seu papel protetor. [7] Outro estudo publicado na revista Atherosclerosis, em 2011, descobriu que as concentrações séricas baixas de magnésio são precursoras da mortalidade cardiovascular e de todas as outras causas. [8] Lembre-se de quando for suplementar sua dieta com magnésio escolher verduras [verde-escuras]. A clorofila é verde porque tem um átomo de magnésio em seu centro. A couve, por exemplo, é uma fonte muito melhor de complexo nutricional do que os suplementos de magnésio. Mas, na falta da abordagem culinária, suplementos de magnésio podem ser altamente eficazes na obtenção de uma dose terapêutica e/ou cardioprotetora.

Para uma lista adicional de compostos que podem reduzir a mortalidade cardíaca, incluindo o cacau, o chá, o vinho e até mesmo o próprio colesterol [Pesquisas recentes indicam que, ao contrário do que cientistas e indústrias farmacêuticas afirmaram anteriormente, o colesterol é um produto do organismo usado para auxiliar algumas condições metabólicas importantes. Leia sobre em: A farsa do colesterol – Parte 1], acesse Cardiac Mortality.

Quatro compostos naturais que podem desobstruir artérias

Romã

Em um estudo clínico em humanos este notável fruto mostrou-se responsável por desobstruir a artéria carótida (devido a bloqueios) em até 29%, no prazo de 1 ano. [9] Há uma grande variedade de mecanismos que foram identificados que podem ser responsáveis por este efeito, incluindo: 1 – diminuição da pressão sanguínea; 2 – combate a infecções (placas nas artérias frequentemente contém bactérias e vírus); 3 – impedimento da oxidação do colesterol; 4 – redução de inflamações. [10]

Arginina

Pesquisas clínicas e pré-clínicas indicam que esse aminoácido não só previne a progressão da aterosclerose, mas também reverte patologias associadas a ela. [Veja também sobre artérias obstruídas e o uso da arginina]. Por exemplo, nota-se esse efeito através do aumento da produção de óxido nítrico que ela [arginina] induz. O óxido nítrico normalmente encontra-se baixo nos vasos sanguíneos onde o revestimento interior (endotélio) foi danificado, resultando em disfunção.

Alho

O alho não só é responsável por reduzir um grande número de fatores de risco associados à arteriosclerose (o espessamento e endurecimento das artérias), mas também reduziu significativamente os riscos de ataque cardíaco e de acidente vascular cerebral (AVC). [11] In vitro [testes com tecidos retirados do corpo humano] a investigação confirmou que o alho inibe a formação de placas ateroscleróticas. [12] Extrato de alho envelhecido também tem demonstrado inibir a progressão da calcificação da artéria coronária, em pacientes que receberam terapia com estatinas. [13]  [Adendo: arteriosclerose é o processo de espessamento e enrigecimento das artérias, que é comum no envelhecimento humano. Já aterosclerose é a formação de placas de depósitos de sais, gorduras e outros resíduos dentro das artérias, placas estas responsáveis pela obstrução das artérias, que podem ocasionar graves estados de saúde – como infartes e AVCs. Muitas vezes, a arteriosclerose contribui para a formação da aterosclerose]

E não nos esqueçamos: os benefícios do alho são extremamente amplos. Nós identificamos mais de 150 doenças nas quais esta notável erva culinária e medicinal foi confirmada como sendo de valor potencial no tratamento e prevenção.

Leia mais sobre os benefícios do alho:
Alho: um antibiótico incomparável
Kit de imunoestimulantes e antibióticos naturais

Complexo B

Uma das poucas categorias de vitaminas que têm sido confirmadas em estudos humanos como sendo responsáveis por reduzir não só a progressão da formação de placas nas artérias, mas também por realmente limpá-las, são as vitaminas do complexo B. Um estudo de 2009, publicado na revista Stroke, descobriu que as vitaminas do complexo B, suplementadas em altas doses, reduzem significativamente a progressão da fase precoce da aterosclerose subclínica em indivíduos saudáveis. [14] Mais notavelmente, um estudo de 2005 publicado na revista Atherosclerosis descobriu que uma formula de vitamina B diminuiu a espessura da artéria carótida em pacientes com risco de isquemia cerebral. [15] Uma explicação possível para estes efeitos positivos é o papel que as vitaminas B têm na redução da produção de homocisteína, um aminoácido que pode lesionar [e produzir trombos] em artérias e em outros vaso sanguíneos. [16 ] (Para pesquisa adicional sobre o tema, acesse: ‘desobstruir artérias’)

Outros inimigos do coração a serem evitados

Nenhuma conversa sobre prevenção da mortalidade cardíaca estaria completa sem discutirmos sobre as substâncias a serem eliminadas para reduzir os riscos de tal evento.

AINEs (Antiinflamatórios não esteróides)

Drogas como a aspirina, ibuprofeno e Tylenol têm conhecida associação com o aumento da mortalidade cardíaca.

Estatinas (também chamadas de vastatinas)

É o cúmulo da ironia que a própria categoria de drogas promovida mundialmente para milhões [de pessoas] como o padrão de cuidados para a prevenção primária e secundária da doença cardiovascular e da mortalidade cardíaca seja realmente um agente cardiotóxico ligado a nada menos que 300 efeitos adversos à saúde. Estatinas [sinvastatina, atorvastatina, provastatina, cervistatina, rosuvastatina] têm efeitos devastadores sobre a saúde. (Leia mais sobre os efeitos das estatinas na saúde).

Trigo

Enquanto esta conexão é raramente discutida, mesmo por aqueles que promovem dietas livres de grãos e trigo, o trigo tem profundo potencial de cardiotoxicidade, junto com mais de 200 efeitos adversos à saúde documentados. E por que não seria, se os próprios países que mais consomem trigo têm a maior taxa de doenças cardiovasculares e mortes relacionadas com o coração?

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Finalmente, para a pesquisa adicional sobre o tema visite: Guia da saúde: saúde do coração

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Esse artigo foi originalmente publicado no Wake Up World

 

Referências:

[1] Roberto Marchioli, Federica Barzi, Elena Bomba, Carmine Chieffo, Domenico Di Gregorio, Rocco Di Mascio, Maria Grazia Franzosi, Enrico Geraci, Giacomo Levantesi, Aldo Pietro Maggioni, Loredana Mantini, Rosa Maria Marfisi, G Mastrogiuseppe, Nicola Mininni, Gian Luigi Nicolosi, Massimo Santini, Carlo Schweiger, Luigi Tavazzi, Gianni Tognoni, Corrado Tucci, Franco Valagussa,. Early protection against sudden death by n-3 polyunsaturated fatty acids after myocardial infarction: time-course analysis of the results of the Gruppo Italiano per lo Studio della Sopravvivenza nell’Infarto Miocardico (GISSI)-Prevenzione.Circulation. 2002 Apr 23;105(16):1897-903. PMID: 11997274
[2] Michal L Melamed, Erin D Michos, Wendy Post, Brad Astor. 25-hydroxyvitamin D levels and the risk of mortality in the general population. Arch Intern Med. 2008 Aug 11;168(15):1629-37. PMID: 18695076
[3] W B Grant. An estimate of the global reduction in mortality rates through doubling vitamin D levels. Eur J Clin Nutr. 2011 Jul 6. Epub 2011 Jul 6. PMID: 21731036
[4] Stefan Pilz, Harald Dobnig, Giel Nijpels, Robert J Heine, Coen D A Stehouwer, Marieke B Snijder, Rob M van Dam, Jacqueline M Dekker. Vitamin D and mortality in older men and women. Clin Endocrinol (Oxf). 2009 Nov;71(5):666-72. Epub 2009 Feb 18. PMID: 19226272
[5] Adit A Ginde, Robert Scragg, Robert S Schwartz, Carlos A Camargo. Prospective study of serum 25-hydroxyvitamin D level, cardiovascular disease mortality, and all-cause mortality in older U.S. adults. J Am Geriatr Soc. 2009 Sep;57(9):1595-603. Epub 2009 Jun 22. PMID: 19549021
[6] Karl Michaëlsson, John A Baron, Greta Snellman, Rolf Gedeborg, Liisa Byberg, Johan Sundström, Lars Berglund, Johan Arnlöv, Per Hellman, Rune Blomhoff, Alicja Wolk, Hans Garmo, Lars Holmberg, Håkan Melhus. Plasma vitamin D and mortality in older men: a community-based prospective cohort study. Am J Clin Nutr. 2010 Oct;92(4):841-8. Epub 2010 Aug 18. PMID: 20720256
[7] Yukio Yamori, Takashi Taguchi, Hideki Mori, Mari Mori. Low cardiovascular risks in the middle aged males and females excreting greater 24-hour urinary taurine and magnesium in 41 WHO-CARDIAC study populations in the world. J Biomed Sci. 2010;17 Suppl 1:S21. Epub 2010 Aug 24. PMID: 20804596
[8] Thorsten Reffelmann, Till Ittermann, Marcus Dörr, Henry Völzke, Markus Reinthaler, Astrid Petersmann, Stephan B Felix. Low serum magnesium concentrations predict cardiovascular and all-cause mortality. Atherosclerosis. 2011 Jun 12. Epub 2011 Jun 12. PMID: 21703623
[9] Sayer Ji, Research: Pomegranate May Reverse Blocked Arteries
[10] GreenMedInfo.com, Pomegranate’s Health Benefits
[11] G Siegel, A Walter, S Engel, A Walper, F Michel. [Pleiotropic effects of garlic]. Wien Med Wochenschr. 1999;149(8-10):217-24. PMID: 10483684
[12] Günter Siegel, Frank Michel, Michael Ploch, Miguel Rodríguez, Martin Malmsten. [Inhibition of arteriosclerotic plaque development by garlic]. Wien Med Wochenschr. 2004 Nov;154(21-22):515-22. PMID: 15638070
[13] Matthew J Budoff, Junichiro Takasu, Ferdinand R Flores, Yutaka Niihara, Bin Lu, Benjamin H Lau, Robert T Rosen, Harunobu Amagase. Inhibiting progression of coronary calcification using Aged Garlic Extract in patients receiving statin therapy: a preliminary study. Prev Med. 2004 Nov;39(5):985-91. PMID: 15475033
[14] Howard N Hodis, Wendy J Mack, Laurie Dustin, Peter R Mahrer, Stanley P Azen, Robert Detrano, Jacob Selhub, Petar Alaupovic, Chao-ran Liu, Ci-hua Liu, Juliana Hwang, Alison G Wilcox, Robert H Selzer,. High-dose B vitamin supplementation and progression of subclinical atherosclerosis: a randomized controlled trial. Stroke. 2009 Mar;40(3):730-6. Epub 2008 Dec 31. PMID: 19118243
[15] Uwe Till, Peter Röhl, Almut Jentsch, Heiko Till, Andreas Müller, Klaus Bellstedt, Dietmar Plonné, Horst S Fink, Rüdiger Vollandt, Ulrich Sliwka, Falko H Herrmann, Henning Petermann, Reiner Riezler. Decrease of carotid intima-media thickness in patients at risk to cerebral ischemia after supplementation with folic acid, Vitamins B6 and B12. Atherosclerosis. 2005 Jul;181(1):131-5. Epub 2005 Feb 16. PMID: 15939064
[16] Claudio Maldonado, Chirag V Soni, Nathan D Todnem, Sathnur Pushpakumar, Dorothea Rosenberger, Srikanth Givvimani, Juan Villafane, Suresh C Tyagi. Hyperhomocysteinemia and sudden cardiac death: potential arrhythmogenic mechanisms. Curr Vasc Pharmacol. 2010 Jan;8(1):64-74. PMID: 19485933