A diversidade da Índia é bem evidente a partir de suas 850 línguas vivas identificadas, quatro vezes mais do que a Europa, no entanto, o país perdeu 250 línguas nos últimos 50 anos, segundo uma pesquisa recente.
“Na Índia, temos várias centenas de línguas vivas. Poderia ser mais de 850, das quais fomos capazes de estudar 780. E, se o ponto de referência for o censo de 1961, perdemos 250 línguas nos últimos 50 anos”, disse Ganesh Devy, um notável linguista e presidente da Pesquisa Linguística do Povo Indiano (PLSI), segundo um artigo da Press Trust da Índia.
Quase um século atrás, George Abraham Grierson fez um estudo semelhante sob o domínio colonial britânico no país; este estudo fornece uma visão sobre a situação linguística da Índia.
“Estabelecemos parâmetros e este é um primeiro levantamento das línguas vivas na Índia. Também foram coletadas gramáticas e dicionários de cerca de 400 línguas”, disse Devy, que também é um laureado Linguapax da UNESCO.
Devy também menciona que os tribunais indianos permitem o uso de 22 línguas, enquanto a UNESCO permite apenas 5 idiomas em suas deliberações. A pesquisa também constatou que nas cidades indianas de Déli, Calcutá, Hyderabad, e Chennai as pessoas falam mais de 300 línguas.
“A Inglaterra não tem mais do que quatro ou cinco línguas próprias, no máximo. Dessas, apenas duas, inglês e galês, estão indo bem. Enquanto isso, um estado como Assam, que é mais ou menos do tamanho da Inglaterra, tem umas 52 línguas”, disse Devy comparando a situação linguística da Índia e da Europa.
A pesquisa leva em conta inclusive a linguagem Majhi, que é falada por apenas quatro pessoas no estado de Sikkim na Índia.