Como se os metrôs de Pequim já não fossem tumultuados o suficiente numa manhã de segunda-feira, as autoridades chinesas instituíram novos procedimentos de segurança – incluindo verificações de bolsas e revistas corporais – na hora do rush na capital. O movimento é apenas parte de um amplo reforço da segurança, que acompanha a campanha repressiva em Xinjiang após um ataque à bomba num mercado de frutas na semana passada.
Fotografias publicadas na imprensa chinesa mostram seguranças com armas – algo incomum na China – e equipes de inspeção foram posicionadas em estações de trem, semelhante aos procedimentos num aeroporto.
Equipados com cobertores antibomba e detectores de bombas, guardas verificam passageiros de metrô com detectores de metal. “Movimento intenso de passageiros na hora do rush… por favor, venha com antecedência”, diziam sinais, enquanto usuários de metrô serpenteavam por um ziguezague gradeado (ver foto acima).
O tempo de espera no metrô é de cerca de meia hora, pelo menos o dobro do habitual, disse um passageiro ao Beijing Times. Alguns estavam descontentes com a “excessiva” verificação de segurança; a polícia prendeu um descontente que jogou sua bolsa e quebrou uma máquina de segurança após uma longa espera.
Outros expressaram preocupações de que as multidões criadas pela verificação de segurança são um perigo potencial para tumultos e outros ataques. “Se um homem-bomba estiver na fila de espera, as pessoas na fila gradeada não têm como fugir!”, escreveu um internauta no Weibo, um website popular de microblog.
A Secretaria de Segurança Pública de Pequim lançou vigilância aérea, usando cinco helicópteros da polícia para monitorar a cidade desde 24 de maio, segundo o Beijing Times.
A polícia na linha de frente recebeu duas vezes a cota diária de munição, segundo relatos, e foi informada de que estava autorizada a atirar sem aviso prévio em pessoas identificadas como terroristas.
As medidas reforçadas de segurança são em resposta a um atentado à bomba num mercado em Urumqi, capital de Xinjiang, no Noroeste da China, em 22 de maio. As autoridades descreveram o incidente como um ataque terrorista de extremistas étnicos e separatistas, embora nenhum grupo tenha assumido responsabilidade pelo atentado.
A mídia estatal tem relatado incansavelmente sobre os esforços de combate ao terrorismo. A China Central de Televisão (CCTV), a estação de TV estatal, está repleta de relatos de esquadrões antiterror sendo estabelecidos e de mobilizações de treinamento por todo o país.