Na semana passada, oito tibetanos foram detidos no último esforço na batalha de Pequim contra as línguas e culturas de minorias étnicas.
Os tibetanos têm sido associados a um esforço popular para preservar sua língua e identidade cultural, disse a Radio Free Asia (RFA). A prática de ensino da língua local é considerada ilegal pelas autoridades nas regiões tibetana e uigur, onde o regime chinês busca eliminar todo o aspecto cultural dessas populações, especialmente a língua, e substituí-la pelo mandarim, a língua oficial da China.
Tibetanos foram detidos no município de Karma, onde uma figura religiosa tibetana popular, Khenpo Kartse, foi preso há quase um mês, acusado de realizar atividades anti-Estado, incluindo o ensino da língua tibetana, informaram fontes locais à RFA.
No Tibete, o regime chinês reprime a cultura tibetana, tornando a língua nativa redundante em toda a sociedade, diz a Administração Central Tibetana no exílio. Citando o sistema de ensino, que é inteiramente controlado pelo Partido Comunista Chinês, a administração argumenta que todo o sistema está configurado para atender exclusivamente às necessidades dos imigrantes chineses em vez dos estudantes tibetanos.
Em Xinjiang, repressão semelhante da língua é aplicada sobre a população uigur. “Agravados pela quase eliminação da língua uigur do sistema de ensino e pelas restrições às práticas culturais, os uigures enfrentam a perda de sua identidade étnica”, disse Rebiya Kadeer, presidente do Congresso Mundial Uigur no exílio, numa audiência no Congresso dos EUA em 2012, em Washington DC.
Mesmo dialetos menores são sitiados. A ‘Administração Geral do Estado sobre a Mídia, Publicação, Rádio, Cinema e Televisão’ da China instruiu todos os membros da mídia a estarem na linha de frente na promoção da variante de Pequim e do norte da China, o chamado “mandarim”, na promoção do “poder suave” da cultura chinesa, informou a mídia estatal Global Times. Televisão e rádio foram instruídos a usar o mandarim e a não imitar, usar ou mencionar outros dialetos, diz o artigo.
Um terço da população chinesa, cerca de 450 milhões de pessoas, não fala mandarim, disse o representante do Ministério da Educação, Xu Mei, à mídia estatal Xinhua num artigo de setembro de 2013. Xu também disse que o Ministério se concentraria em promover o uso do mandarim no campo e em áreas remotas habitadas por minorias étnicas no próximo ano.