Após mais três autoimolações de tibetanos, o regime Chinês emitiu um alerta a seus oficiais no Tibete para reforçarem a estabilidade ou enfrentarão severas punições.
Como mais três tibetanos no condado de Seda (Serthar), província de Sichuan, se puseram em chamas em 3 de fevereiro, as comunicações nos condados de Seda e Luhuo (Draggo) foram cortadas. Vários monastérios na capital tibetana de Lhasa foram cercados por policiais. Monges foram proibidos de entrar ou sair dos monastérios.
De acordo com um artigo do Tibet Daily de 6 de fevereiro, o agência local do Comitê Central de Inspeção Disciplinar do Partido Comunista Chinês (PCC) no Tibete emitiu um alerta urgente aos oficiais locais, exigindo inspeção e vigilância restrita para assegurar a estabilidade. Os que falhassem [em conseguir a estabilidade] seriam punidos e demitidos imediatamente, sendo inclusive submetidos à investigação criminal.
A organização Free Tibet disse que a comunicação foi cortada em diversas regiões tibetanas. Em Ganzi, província de Sichuan, a internet e as conexões telefônicas foram cortadas. De acordo com vários artigos na internet, veículos blindados e caminhões militares foram vistos nas estradas a caminho do Tibete e as forças especiais de segurança de Chengdu e de outras áreas de Sichuan foram despachadas para a região.
“Fomos informados de que Lhasa e três importantes monastérios tibetanos nos subúrbios foram cercados por policiais. Os monges nos monastérios de Drepung, Sera e Gander Kloster estão proibidos de sair ou entrar em seus monastérios”, disse Jampel Monlam, diretor-assistente do Centro Tibetano para a Democracia e os Direitos Humanos, sediado na Índia, à Rádio Free Asia (RFA) em 6 de fevereiro.
Pequim descreve as autoimolações como terrorismo e culpa o Dalai Lama e forças estrangeiras por instigarem esses atos. Enquanto adotam maiores restrições quando se trata de protestos na região Han, policiais frequentemente abrem fogo contra tibetanos religiosos e pacíficos, segundo o comentarista político Chen Pokong.
“O regime vê os tibetanos como cidadãos de segunda classe”, disse Chen Pokong à Rádio Som da Esperança. “Para ser franco, isso é uma colonização com descriminação racial, muito pior do que a segregação racial na África do Sul”, disse ele.
Dawa Tsering, diretor da ‘Fundação Religiosa da Sua Santidade o Dalai Lama’, disse à emissora NTDTV que a supressão intensificada ao Tibete mostra que “o regime está completamente ciente do grande descontentamento dos tibetanos com a atual situação e os trata como inimigos”.
De acordo com Chen Pokong, desde 2011, o regime gastou um milhão de yuanes (cerca de 160 mil dólares) para imprimir um milhão de fotos de líderes do Partido Comunista para serem penduradas nas casas e monastérios tibetanos.
“A população do Tibete é de 3 milhões. Um terço da população é obrigada a pendurar fotos de líderes do Partido Comunista. Isso é ultrajante”, disse Chen Pokong.
O regime comunista chinês está revivendo as atrocidades da Revolução Cultural no Tibete, afirmou Zuoge, um monge de Dharmsala na Índia à NTDTV, acrescentando, “Isto é extremamente cruel para com esses monges e monjas.”
“Atualmente, o PCC mostra seu dinheiro e acredita que o dinheiro fala mais alto.” Num artigo recente, o proeminente dissidente chinês Wei Jingsheng disse, “Enquanto a sociedade ocidental tem sido assolada pela atual crise econômica, a política monetária também levou muitos políticos ocidentais a empregarem padrões duplos sobre os direitos humanos e questões democráticas”, disse ele.
Neste ambiente internacional, os tibetanos, que pagam um alto preço pessoal usando a autoimolação como protesto, podem não conseguir mudar a política do PCC no Tibete, em vez disso, isso pode tornar o PCC mais arrogante e impossível de contentar, acrescentou Wei Jingsheng.
O aviso urgente dado pelo regime comunista indica que o regime continuará sua brutal repressão contra os tibetanos, disse Kelsang Gyaltsen, um membro do Parlamento tibetano no exílio, à RFA.
“Isso é bem óbvio. O regime não tem qualquer intenção de mudar sua política no Tibete e isso é muito perigoso.”
Expressando séria preocupação com a situação decadente no Tibete, a senadora estadunidense Dianne Feinstein e outros senadores norte-americanos introduziram uma resolução no Congresso dos EUA pedindo a China que pare com os regulamentos de controle religioso e que inicie imediatamente um diálogo com o Dalai Lama.
Falando no plenário do Senado, Feinstein disse que a China está comandando uma campanha de desinformação contra o Dalai Lama e os líderes tibetanos.
“A violência não é a resposta para as queixas legítimas do povo tibetano. Precisamos elevar nossa voz com essa resolução para que Pequim respeite o direito dos tibetanos de praticarem livremente sua própria religião e de preservarem sua cultura distinta e identidade linguística”, disse Feinstein.
A resolução também reafirma a inabalável amizade entre os povos dos EUA e do Tibete. Outros senadores que apoiaram a resolução foram Barbara Boxer, Dick Durbin, Joe Lieberman, John McCain, Marco Rubio, Mark Udall e Jim Webb.
Durante um painel de discussão numa conferência de segurança em Munich, Alemanha, em 4 de fevereiro, o senador McCain deu um passo adiante para pressionar a China, aproveitando a oportunidade para confrontar o vice-ministro das Relações Exteriores chinês Zhang Zhijun sobre a situação no Tibete.
“É preocupante quando tibetanos estão se queimando até a morte por causa de uma contínua repressão a seu povo em seu próprio país”, disse McCain a Zhang Zhijun, acrescentando, “Eu já disse em diversas ocasiões e repito novamente, a Primavera Árabe está chegando para a China também.”
Segundo a Reuters, Zhang Zhijun respondeu, “Algumas pessoas insinuam que a Primavera Árabe virá para a China, mais isso é uma fantasia porque as políticas e o governo do país tem um apoio esmagador do povo.”
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