O regime chinês está negando o uso de hackers militares em meio ao recente ressurgimento de um grupo de hackers que foi rastreado até os militares chineses.
Os desmentidos foram feitos por Chang Wanquan, um conselheiro de Estado e ministro da Defesa do regime chinês, durante uma reunião em 19 de agosto com o secretário de Defesa dos EUA Chuck Hagel. “O governo chinês sempre se opôs com firmeza e luta contra cibercrimes segundo a lei. Os militares chineses nunca apoiaram qualquer ação de hackers”, disse Chang Wanquan, segundo um artigo da mídia estatal Diário do Povo.
Apenas uma semana antes da declaração de Chang Wanquan, no entanto, um grupo de hackers, que foi rastreado até os militares chineses, lançou novos ataques contra negócios nos EUA e alvos do governo. Os hackers usavam versões atualizadas de ferramentas que utilizaram no passado, segundo um relatório do grupo de pesquisa de segurança FireEye.
O mesmo grupo também ressurgiu brevemente em maio e roubou informações de empresas e do governo norte-americanos. O grupo de hackers, chamado Unidade 61398, foi rastreado por investigadores de segurança da Mandiant até quatro grandes grupos de hackers sediados em Shanghai, sob a divisão de ciberguerra do Exército da Liberação Popular (ELP) da China.
A Mandiant divulgou um relatório sobre suas descobertas em fevereiro, afirmando que a Unidade 61398 “tem roubado sistematicamente centenas de terabytes de pelo menos 141 organizações e tem demonstrado capacidade e intenção de roubar de dezenas de organizações simultaneamente”.
Os hackers chineses ficaram dormentes logo depois, quando a mídia e o governo abordaram-nos diretamente e começaram a pressionar o regime chinês por sua utilização agressiva de hackers militares.
Em termos de estratégia militar, ciberataques se enquadram na categoria de “guerra sem contato”, que também inclui o uso de VANT (veículos aéreos não tripulados) e armas baseadas no espaço normalmente destinadas a destruir satélites.
O regime chinês afirmou claramente sua intenção de promover a ciberguerra para suas ambições militares. Vários relatórios descrevem esta estratégia, incluindo o Livro Branco da Defesa de abril de 2013, divulgado pelo Escritório de Informação do Conselho de Estado do regime.
O documento discute o surgimento de ciberguerra como “informatização” e afirma: “Ao longo dos anos, o ELP tem sido proativo e constantemente promovido reformas de acordo com as exigências de desempenho de suas missões e tarefas e construído uma força militar informatizada.”