De acordo com relatórios da mídia chinesa, o custo do transporte na China, devido a pedágios exorbitantes, está limitando a distribuição de bens e prejudicando o crescimento econômico.
“O alto custo dos transportes faz com que os vegetais apodreçam nos campos, enquanto que as pessoas na cidade não podem pagar o preço de produtos agrícolas oferecidos no mercado”, disse o Shenzhen News Network, num relatório recente.
O pedágio nas rodovias da China soma um terço do custo do preço do transporte e contribui para o aumento do custo do transporte, de acordo com um programa do canal de economia da CCTV transmitido em abril de 2011.
O programa entrevistou um motorista de caminhão chamado Wu Zhongyao do noroeste da China. Wu realiza regularmente uma viagem de 2.800 km entre as províncias de Liaoning e Guangdong, uma das maiores rotas do país.
Wu disse que o rendimento [bruto] total de sua última viagem de três dias e duas noites foi de 27.500 yuanes (aprox. 4.231 dólares). Depois de pagar 8.080 yuanes pelo combustível, 8.978 yuanes pelos pedágios, e cerca de 2.000 yuanes por despesas diversas, restavam cerca de 7 mil yuanes (aprox. 1.077 dólares), porém ainda tinha de pagar o empréstimo do caminhão.
Wu faz a viagem de Liaoning a Guangdong em média 2,5 vezes por mês e ganha cerca de 12 a 15 mil yuanes no período excluindo os gastos de pedágios e combustível. O empréstimo do caminhão é de 12 mil yuanes por mês, fazendo o seu rendimento real mensal ser de 3 mil yuanes (462 dólares).
O Sr. Sun, gerente geral do serviço internacional de transporte da Shenzhen Huanyu Ltd., disse ao Epoch Times que os gastos de combustível para um caminhão de 9 metros de Shenzhen a Pequim (1.933 km) são de cerca de 3 mil yuanes. Os pedágios são de cerca de 2 mil yuanes, representando 40% dos custos totais do transporte.
Dai Dingyi, vice-presidente da Federação Chinesa de Logística e Compras, disse que em 2010 cerca de 75% da carga foi transportada em rodovias. O pedágio em rodovias e pontes somam aproximadamente 20 a 30% dos custos totais das entregas.
O Securities Daily uma vez listou as indústrias mais lucrativas da China de 2009. A arrecadação de pedágio em rodovias e pontes estava no topo da lista, seguida das empresas imobiliárias e de seguros.
A Xiandai Investments, uma empresa de gestão de rodovias com seda na província de Hunan, administra uns 246 km de rodovias. Em 2010, a margem de lucro líquido da Xiandai foi superior a 43%. No mesmo ano, a rede do Banco da China teve uma margem de lucro líquido inferior a 38%. A Corporação de Petróleo Nacional da China teve 9,5%, e o CITICS Securities Co. Ltd. 40,7%.
A Xiandai Investments está apenas classificada entre aproximadamente 19 empresas similares. A margem de lucro líquido mais baixo destas empresas foi de 20%.
Em 1984, o Conselho de Estado Chinês emitiu a política de “construção de estradas por empréstimo, devolvendo-os em pedágios”. A construção de autoestradas prosperou desde então.
Entre os sistemas rodoviários existentes na China, 95% das estradas, 61% das rodovias de primeira classe, e 42% das rodovias de segunda classe foram construídas com base neste mecanismo de empréstimo-pedágio.
Porém as taxas de pedágio excessivamente altas estão interferindo na distribuição dos recursos no mercado e prejudicando o crescimento econômico da China.
O Prof. Tao Zhenghua, da academia chinesa do Instituto de Ciências Sociais de Direito, disse ao Epoch Times: “A distribuição de lucros na cadeia de transportes favorece as agências de gestão e administração de rodovias. Isto é injusto e afetará negativamente o fluxo econômico de bens.”
Di Xuehun, membro executivo da Federação Chinesa de Logística e Compras, junto com um colega norte-americano, fizeram uma comparação dos pedágios entre a China e os Estados Unidos. Eles descobriram que os custos do transporte na China são 30% mais altos do que nos Estados Unidos.