Peça teatral sobre extração de órgãos é destaque na Austrália

24/09/2014 01:23 Atualizado: 24/09/2014 10:16

A adolescente Sarah sofre de uma doença e corre risco de vida. Sua vida só durará alguns meses, a menos que ela receba um novo coração. Encontrar um órgão compatível geralmente leva vários anos, de acordo com o médico, exceto na China, onde o tempo de espera é surpreendentemente mais curto.

The Perfect Heart (“O coração perfeito”), uma peça de meia hora encenada em 19 de setembro de 2014 durante o Festival de Teatro Hills 2014, cativou o público desde o início no Marloo Theatre.

No desenrolar da história, o público descobriu que as fontes de órgãos na China são de praticantes do Falun Gong vivos. Prisioneiros de consciência são mortos por demanda e por isso o tempo de espera por um órgão compatível é tão curto na China.

Enfrentando a questão ética final de salvar uma vida por matar outra, como Sarah e sua família irão escolher? E por que algo tão horrível como a extração forçada de órgãos está acontecendo na China?

Comino, uma espectadora da audiência, disse que a trágica história a levou a lágrimas. “A apresentação foi curta, mas nos deixar uma forte impressão sobre o tema.” Ela tinha visto os praticantes do Falun Gong distribuírem folhetos e tinha ficado sabendo sobre a perseguição brutal na China, incluindo a extração de órgãos de praticantes vivos.

“Quando eu ouvi sobre isso naquela época, eu me senti mal com isso”, disse ela, “mas vê-lo retratado no drama aqui hoje fez meu coração doer. Era como se o ato a sangue frio estivesse acontecendo aqui na minha frente. Foi simplesmente horrível.”

Nos bastidores: uma questão que não podemos ignorar

John de Beaux e Alison Seiler, roteirista e diretora da peça, respectivamente, conheceram-se durante uma aula de treinamento de interpretação há três meses em Perth, Austrália Ocidental. Discutindo sobre uma potencial colaboração para o próximo festival de teatro no final de setembro, John, que já tinha um profundo conhecimento sobre a extração forçada de órgãos vivos, decidiu trabalhar em algo para aumentar a conscientização sobre esta atrocidade.

A colaboração deu certo. O conhecimento profundo de John sobre o tema e suas implicações éticas o levou a criar um roteiro e um projeto ficou pronto num curto espaço de tempo. Por meio de discussões e aperfeiçoamento do roteiro, Allison não só foi uma intérprete na peça, como também cativou sua família, incluindo seu pai, mãe e irmão, que estavam anteriormente inconscientes da tragédia.

Meirion Griffiths, o pai de Allison, interpretou o papel de um médico no drama. “Nós somos cristãos, não praticantes do Falun Gong, mas esta é uma questão que não podemos ignorar.” Ele disse que esta experiência o fez perceber a importância da liberdade de crença, especialmente quando vivida a partir do ponto de vista de alguém que tenha sido privado deste privilégio.

Sarah Langrid, que interpretou dois papéis no drama, tampouco é praticante do Falun Gong. “O desafio que tive foi de entender o tem para que pudesse apresentá-lo e garantir que o público o recebesse.” Ela disse que se juntou a este projeto um pouco depois dos outros envolvidos. “Mas nós temos uma boa equipe e todo mundo se ajudou mutuamente.”

Michael, cuja esposa interpretou o papel da mãe de Sarah, ficou movido pelo tema. Ele disse que não sabia nada sobre este assunto no passado, mas agora “estou orgulhoso dos esforços da minha esposa para chamar a atenção do público para este tema importante.”

“O maior desafio foi a memorizar o roteiro e interpretá-lo”, disse Alison. Isso aconteceu porque os diálogos foram baseados em extensa pesquisa e, portanto, não eram apenas factuais, mas também muito informativos. “Ou seja, as palavras são precisas e vão direto ao ponto.”

Isso colocou muita pressão sobre Sarah Welsford e Kara Shaw, que interpretaram duas praticantes do Falun Gong na peça. Elas disseram que foram muito sérias em interpretar os papéis “porque as palavras carregam muito peso, não queríamos cometer nenhum erro. Não é fácil fazer o público entender uma situação complexa e grave em uma peça de 30 minutos.”

A peça foi programada para ser apresentada novamente em Hackett Hall em Floreat em 27 de setembro, no 2014 Dramafest, um festival organizado pela Associação de Teatro Independente, na Austrália Ocidental.

Minghui.org