Ex-Beatle arriscou frases em português e se comoveu em sua histórica apresentação
RIO DE JANEIRO – Vinte um anos depois do histórico show que lotou o Maracanã em 1990, Paul McCartney voltou a fazer história no Rio de Janeiro, desta vez no novo Estádio Olímpico João Havelange, Engenhão, na zona norte da cidade. O ex-Beatle, de 68 anos, mostrou grande vitalidade nas duas apresentações feitas no domingo 22 e segunda-feira 23 de maio diante de 90 mil pessoas, como parte de sua turnê internacional “Up and Coming”.
Foram duas horas e meia de ação no palco, com 33 músicas intercaladas com conversas e interações com o público, em português.
O repertório incluiu clássicos dos Beatles, sucessos de Wings e canções de seu período como solista. Paul chegou a mudar 20 vezes de instrumento, incluindo baixo, guitarras, pianos, violão, bandolim e cavaquinho.
Os fãs desfrutaram com grande alegria. O jornalista André Ximenes, de 39 anos, que esteve no show nos dois dias com sua esposa e filho, foi o segundo a comprar entradas para o primeiro dia, que esgotou uma hora depois.
“A beleza dos shows de Paul é que cada show tem uma emoção diferente”, explicou André ao Epoch Times, muito animado antes do show. Ele disse que era a 11ª vez que o via.
“Foi grandioso, inesquecível! Cada show foi diferente. O primeiro foi mais animado, o segundo mais temperado. Embora estivesse em frente na pista, eu ouvia mais as pessoas cantando e nem sequer conseguia escutar bem Paul. Apenas no segundo dia eu pude ouvi-lo melhor.”
“O momento que mais gostei foi no domingo quando as pessoas lançaram balões coloridos e faixas com a palavra ‘Na’, foi emocionante”, disse ele referindo-se ao “flashmob” feito pelo público durante o refrão de “Hey Jude” em que se canta “na na na … “, o que surpreendeu e encantou Paul.
“O outro momento que mais me comoveu foi a homenagem que ele fez a George Harrison com a canção ‘Something’ e a imagem de George aparecendo na tela. As pessoas deixaram o show extasiadas, muito alegres e encharcadas de suor”, disse ele, acrescentando ter visto famílias inteiras, com seus netos, mães e avós, as três gerações juntas.
“Eu fui a muitos shows dele, e todos foram especiais, mas eu saí deste como se fosse o primeiro. Saí rejuvenescido, foi melhor do que uma terapia”, acrescentou Ximenes.
João Guilherme, seu filho de 9 anos, também estava cheio de alegria e vibrou com “Live and Let Die”, quando fogos de artifício explodiram, e quando ouviu “Day Trip”, que está aprendendo a tocar na guitarra.
A produtora cultural Gabriela Joppert, de 29 anos, foi na segunda-feira e estava muito feliz. “Achei o show muito bom! Foi indescritível a sensação de ver e escutar um ex-Beatle. Fiquei muito animada quando ele cantou ‘Something’, ‘Blackbird’, ‘Let It Be’, ‘Yesterday’ […] e chorei quando cantou uma canção que fez em homenagem a John”, disse ela ao Epoch Times, em referência a “Here Today”.
“Ele é muito simpático e divertido, falava um português cômico durante todo o show e adorava a palavra ‘extraordinário’.”
Paul McCartney voltou aos EUA na madrugada de terça-feira para descansar e se preparar para seu próximo show da turnê, previsto para 10 de junho em Las Vegas.
Na semana passada, o ex-Beatle fez shows em Lima (Peru) e Santiago (Chile). O músico esteve na América do Sul em novembro do ano passado pela mesma turnê quando se apresentou em Buenos Aires (Argentina), Porto Alegre e São Paulo (Brasil).
Durante sua estada de três dias no Rio, Paul, que se hospedou no Copacabana Palace, aproveitou para andar de bicicleta com sua esposa Nancy Shevell e navegar na Baía de Guanabara.