O pastor de uma igreja sancionada pelo Estado na província de Hunan, China, foi detido pelas autoridades em 16 de novembro, juntamente com os membros da igreja.
O pastor Zhang Xiaojie aparentemente foi enganado pelo chefe da Segurança Pública do Condado de Nanle para encontrá-lo na igreja, quando uma dezena de policiais entrou no edifício e prendeu Zhang, informou a China Aid, uma organização de defesa da igreja baseada em Washington DC.
Os membros da igreja disseram que as autoridades locais “amarram” Zhang, mas não apresentaram qualquer mandado de prisão. Os oficiais levaram Zhang para um local desconhecido e os familiares não foram notificados sobre uma prisão formal.
Quando a família de Zhang e os membros da igreja foram ao departamento de polícia para protestar contra sua detenção, a polícia deteve duas irmãs de Zhang e negou a entrada dos membros da igreja na delegacia.
Membros da China Aid disseram que as autoridades os advertiram para não participarem nas atividades da igreja ou apelarem às autoridades superiores sobre as detenções. Eles também convocaram os membros da igreja até um edifício do governo na mesma noite, quando os oficiais “censuraram-nos, ameaçaram e aterrorizaram”.
Na manhã de segunda-feira, pelo menos 20 membros da igreja foram detidos quando chegavam à igreja e a polícia estacionada na entrada da igreja espancou alguns deles, segundo a China Aid.
A filha e o genro de Zhang fugiram da cidade com o filho. Ela disse a China Aid que vinha recebendo telefonemas desde domingo, ameaçando “exterminar toda a família”, se ela continuasse em contato com a mídia estrangeira sobre o incidente.
O genro do pastor disse que “a igreja respeita a autoridade do governo chinês”. A igreja, entretanto, foi envolvida numa disputa com as autoridades locais sobre uma questão de terras.
Zhang é o presidente do Movimento Patriótico da Tríplice Autonomia da Igreja Cristã no Condado de Nanle, uma igreja afiliada ao Partido Comunista Chinês (PCC). Os fundos da igreja foram congelados desde que Zhang foi detido.
Os membros da igreja também disseram à China Aid que os oficiais publicaram comentários falsos na internet, atribuindo-os a Zhang, para “tranquilizar” o público.