Partido governista do Japão se divide sobre lei tributária

27/06/2012 11:00 Atualizado: 27/06/2012 11:00

Yoshihiko Noda (centro), o primeiro-ministro do Japão, deixa uma sessão encerrada do comitê da câmara do governo, em Tóquio, em 26 de junho. (Kazuhiro Nogi/AFP/Getty Images)A câmara menor do parlamento do Japão aprovou o polêmico projeto de lei do primeiro-ministro Yoshihiko Noda de duplicar o imposto de 5% sobre as vendas até 2015, apesar da oposição de membros de seu próprio partido.

Cinquenta e sete membros do Partido Democrata do Japão (PDJ) de Noda, incluindo o ex-líder do partido, Ichiro Ozawa, que foi apelidado de “Shogun das Sombras” pela grande poder que exerce, e o ex-primeiro-ministro Yukio Hatoyama votaram contra a medida na terça-feira, informou o jornal Mainichi.

Segundo a legislação, que ainda precisa passar pela câmara maior do parlamento do Japão, o imposto sobre as vendas será aumentado para 8% em abril de 2014 e, posteriormente, será aumentado para 10% em outubro de 2015.

Pedindo o apoio do partido e unidade antes da votação, o primeiro-ministro Yoshihiko Noda disse, “Existem alguns legisladores que tentam apoiar a medida enquanto se preparam para uma situação difícil, acreditando que devem realizar a reforma, apesar de serem rotulados de vigaristas, mentirosos e tolos”, relatou o jornal Mainichi.

Houve especulações de que Ozawa, que teria lutado com Noda pelo poder no parlamento, pode deixar o partido após a votação, mas ele se conteve pouco antes de dizê-lo. “Nós procuraremos a melhor opção examinando vários ângulos”, disse Ozawa conforme citado dizendo a um de seus seguidores, Shozo Azuma, segundo o Japan Times. Quando ele se reuniu com jornalistas nesta terça-feira, Ozawa disse que “em breve tomaria uma decisão”, mas não deu mais detalhes.

Segundo uma fonte do partido, alguns parlamentares do PDJ decidiram votar contra a medida depois que comentários feitos por Azuma Koshiishi, o secretário-geral do DPJ, sugeriram que membros do partido que votassem contra a medida não seriam expulsos do partido, relatou o jornal Mainichi.

Cerca de 40 membros do DPJ manifestaram vontade de seguir Ozawa se ele decidisse desertar do partido. O governo do DPJ perderia sua maioria na câmara menor de 480 assentos se mais de 54 membros partissem, minando a administração de Noda. “Temos de fazer nosso melhor para estabelecer um novo DPJ”, disse Azuma, antes de uma votação na câmara menor, segundo o Times. “Estamos prontos para deixar o partido. Temos nos preparado para isso.”