O Partido Comunista Chinês utiliza especialistas e todos os recursos disponíveis para “transformar” as crenças de diferentes grupos sociais
Em 1º de julho de 2010, a Associação Internacional de Estudos Sectários da Fundação da Família Americana realizou sua reunião anual em Fort Lee, Nova Jersey, EUA. Naquela tarde, havia três estudiosos chineses, no entanto, eles tiveram de se retirar depois do forte repúdio dos outros participantes.
Os três acadêmicos eram investigadores; um era secretário-geral da Associação Chinesa Anticulto, outro um pesquisador da Academia Chinesa do Instituto Científico de Pesquisa Psicológica, e o terceiro, um professor do departamento de psicologia da Universidade Normal de Shanxi. Todos eles receberam apoio financeiro do regime chinês pelo seu trabalho, que tem sido dedicado à perseguição aos praticantes do Falun Gong na China.
Em particular, eles fizeram suas pesquisas usando métodos psicológicos para forçar praticantes do Falun Gong a renunciarem a suas crenças. Supõe-se que eles foram capazes de participar da reunião porque os organizadores não sabiam sobre a natureza de suas pesquisas.
Os três estudiosos que apareceram em Nova Jersey são exemplos de uma tendência geral: a degeneração da investigação científica na China a fim de perseguir o Falun Gong.
O maior dano
Qualquer um que leia notícias sobre a perseguição ao Falun Gong ficará chocado com os abusos infligidos aos praticantes. Da perspectiva dos próprios praticantes, o dano mais grave é o psicológico.
As investigações indicam que o tempo mais longo que uma pessoa pode permanecer desperta é 11 dias; passar desta margem pode causar lesões físicas e mentais irreversíveis.
No entanto, Zhang Yijie, praticante do Falun Gong e ex-funcionária do Ministério do Comércio, foi perseguida e obrigada a permanecer desperta 42 dias porque se negou a renunciar a sua crença.
Toda vez que cochilava um policial a agarrava pelo pescoço e jogava água fria em suas roupas. Estando em pleno inverno, ela sempre era vista completamente encharcada e congelada.
Durante o tempo em que foi torturada, e que a mantiveram isolada sofrendo todo tipo de torturas físicas e mentais, a polícia colocava uma música para ela. A música “Beijo de Mãe” era uma das mais famosas da China na época. A canção fala sobre a profunda saudade que uma filha sente por sua mãe.
A própria Sra. Zhang era mãe de um menino e uma menina, ambos em idade escolar. Quando a melodia começava a tocar ela não podia fazer nada mais que sentir uma dor inconsolável.
Quando esteve pela primeira vez na prisão, foi submetida apenas a uma avaliação psicológica. A destruição do corpo e da mente que sofreu foi projetada meticulosamente por especialistas. Em alguns poucos meses, os cruéis métodos de perseguição haviam mudado sua aparência, ela passou de uma praticante enérgica e saudável em seu auge, para uma mulher acabada, envelhecida pelos anos, de cabelos grisalhos e rosto cheio de rugas.
O tratamento que a Sra. Zhang sofreu é uma pequena amostra da perseguição infligida a um grande número de praticantes do Falun Gong.
O Centro de Informação do Falun Dafa estima que centenas de milhares de praticantes se encontram atualmente em campos de trabalhos forçados na China.
Desgraça da ciência
Observando a orientação das pesquisas em ciências sociais na China nos últimos 10 anos, particularmente nos dois ou três anos após a perseguição contra o Falun Gong ter começado em 1999, uma quantidade enorme de financiamento para pesquisa em ciências sociais tem sido dedicada a este tema.
O Guia da Fundação de Pesquisa de Ciências Sociais, publicado pelo Departamento Nacional de Planejamento de Filosofia e Ciências Sociais da China, determina quais temas receberão bolsas de pesquisa.
Ano após ano, estão inclusas as categorias “Anticultismo”, “Ateísmo”, e “A relação entre a religião e o sistema socialista”. Nos primeiros anos, o Falun Gong foi diretamente mencionado, mas a partir de 2001 adaptaram-se os termos para outros mais gerais como “Seitas do mal” e coisas do gênero.
Numerosos pesquisadores na China têm sido atraídos para se unirem às fileiras dos perseguidores do Falun Gong utilizando a investigação científica como arma. Todos os tipos de pretextos foram utilizados para o financiamento destes estudos, muitos dos quais focam na perspectiva da psicologia em “transformar” os praticantes do Falun Gong.
Cada província e cidade têm sob seu controle as universidades, centros de investigação e outros institutos de pesquisa, e os acadêmicos afiliados a estes órgãos devem seguir as ordens do regime como se lhes fosse atribuída uma missão política. O número de estudos encomendados sobre o tema é, portanto, considerável.
Em 18 de dezembro de 2007, o líder do Partido Comunista Chinês (PCCh), Hu Jintao, após ouvir o relato de dois estudiosos de temas religiosos, disse à secretaria política do PCCh, “de uma posição estratégica, sob novas circunstâncias, devemos compreender em sua totalidade a importância do trabalho sobre a religião”.
Isto significa que o PCCh vai continuar a usar os recursos da nação para “transformar” as crenças de grupos sociais. O medo do PCCh à liberdade de crença vai direto até a medula, e neste momento um importante grupo espiritual dentro da sociedade chinesa está sendo submetido a uma prova terrível.
Nota: O Dr. Sun Yanjun foi professor-adjunto no Departamento de Psicologia da Universidade Normal da Capital, em Pequim. Em 2008, ele foi enviado para a Universidade do Havaí como professor visitante. Em 2009, ele renunciou publicamente ao Partido Comunista Chinês e hoje vive nos Estados Unidos. Ele se considera afortunado, pois durante sua vida na China, nunca foi convidado a fazer pesquisa sobre como perseguir outras pessoas.
Este artigo foi publicado pela primeira vez no New Epoch Weekly