Partido Comunista Chinês comercializa a capital tibetana para turismo

15/05/2013 17:50 Atualizado: 16/05/2013 19:17
Pavilhão de lâmpadas de manteiga no Tibete, uma cena perdida em Lhasa, vítima das políticas de turismo do regime chinês (Yasunori Koide/Wikimedia)

Reportagens recentes sobre danos causados à velha cidade de Lassa, a capital do Tibete, têm sido conflituosas, mas uma coisa é certa: o local mais sagrado do Tibete nunca mais será o mesmo após o regime chinês transformá-lo num parque temático.

Uma mídia estatal porta-voz do regime chinês, o Diário do Povo, rejeitou os “rumores” de vários testemunhos online que alegavam que a velha cidade de Lassa seria demolida e reconstruída como uma atração turística.

Fontes disseram que o Templo Jokhang no centro de Lassa, um dos principais destinos dos peregrinos budistas e marco histórico ancestral, estava sendo demolido, mas isso foi posteriormente negado por especialistas. No entanto, fotos mostram que a antiga rota de peregrinação já está perdida.

A escritora tibetana Woeser postou fotos em seu blogue e descreveu as alterações significativas no Patrimônio da Humanidade. “O espaço em frente ao Templo Jokhang, que testemunhou tantas mudanças ao longo dos tempos, não tem mais peregrinos de Kham e Amdo, que se prostravam por todo o caminho desde as fronteiras distantes até Lhasa, não há mais pavilhões de lâmpadas em que dezenas de milhares de oferendas de lamparinas de manteiga eram acesas todos os dias.”

Parece que, embora o edifício tenha sido poupado, o ambiente espiritual e histórico foi desfeito e o futuro do Templo Jokhang é ser apenas uma armadilha para turistas, ao invés de um destino sagrado para peregrinos.

O Partido Comunista Chinês (PCC) tem transformado patrimônios culturais em cofrinhos de dinheiro em diversas áreas, dizem os críticos, destruindo tradições ancestrais. Woeser deu exemplos na cidade de Hunan e Lijiang, na província de Yunnan, cuja história e cultura foram sacrificadas pelo turismo. “Esse tipo de destruição tem causado grande dano e deve ser considerado um ‘colonialismo turístico’”, disse ela.

Ela acrescentou que os planos para a cidade de Lhasa incluem a construção de mais de 15 hectares de shoppings e um estacionamento subterrâneo nas ruas da área Barkhor, em torno do Templo Jokhang. Isto significa que os vendedores tradicionais serão expulsos das imediações do templo enquanto Lhasa é remodelada para atrair visitantes pagantes.

Além da construção comercial, o regime tem aumentado significativamente a vigilância e o monitoramento, reforçando ainda mais a segurança nos últimos meses. Lhasa foi local de protestos no passado.

O Palácio Potala em Lhasa é um Patrimônio da Humanidade e a UNESCO acrescentou o Templo Jokhang e o Palácio Norbulingka em 2000 e 2001, respectivamente.

Tibetanos caminham através da area Barkhor, próxima do Templo Jokhang (Woeser.middle-way.net)
Templo Jokhang (Woeser.middle-way.net)
Edifícios em construção na área Barkhor (Woeser.middle-way.net)

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