Cerca de 9 milhões de chineses que concluíram o ensino médio inscreveram-se para os exames nacionais de entrada nas universidades deste ano, que começaram em 7 de junho. Mas de acordo com o ‘Educação na China’ online, o número de participantes no exame em todo o país caiu em 1,4 milhões nos últimos quatro anos, apesar de muitas faculdades terem reduzido consecutivamente os requisitos de pontuação dos testes a cada ano.
Nos anos entre 2008 e 2011, o número de alunos fazendo os exames nacionais de admissão da faculdade foi de 10,5 milhões, 10,2 milhões, 9,46 milhões e 9,33 milhões, respectivamente. Este ano, apenas 9 milhões se inscreveram.
De acordo com um relatório de 5 de junho na Rádio Nacional da China, o número de participantes nos exames na província de Henan caiu 16% entre 2008 e 2012, de 985 mil para 825 mil.
Fatores que contribuem
Uma série de fatores contribui para o declínio de alunos que fazem os exames de admissão. Entre eles estão: a taxa de natalidade em queda na China, o aumento dos custos e um maior número de alunos estudando no exterior.
A taxa de natalidade da China é considerada uma das principais razões para os números declinantes de participantes no exame. Os dados do censo mostram que a população do país de 18 anos diminuiu a cada ano desde 2008.
O aumento dos custos tornou-se também um fator para alunos do ensino médio evitarem os exames nacionais. Uma citação amplamente divulgada na internet disse, “Nos anos 70, para se preparar para os exames, custava apenas 0,50 centavos de yuan (0,08 centavos de dólar) para comprar um livro de exercícios e uma tigela de sopa de feijão verde. Na década de 80, você só tinha de investir 10 yuanes (1,57 dólares) por um bom conjunto de papéis. Mas em 2010, é necessário 40 mil yuanes (6.286 dólares) para contratar um professor particular, comprar refeições nutritivas, e alugar um quarto especial de dormitório.”
Outro fator é que mais alunos chineses escolhem estudar em universidades e faculdades fora do país. A taxa tem aumentado em 20% a cada ano ao longo dos últimos anos, a um valor atual de cerca de 300 mil. Este é um reflexo do alto valor dado por muitos chineses a uma educação no exterior.
Requisitos de admissão rebaixados
Em 2011, muitas faculdades e universidades da China foram incapazes de cumprir suas cotas de admissão. Por causa de uma escassez de candidatos, alguns colégios vocacionais baixaram sua pontuação de admissão para 150, de uma pontuação máxima possível de 750. Mas as taxas de inscrição continuam a cair da mesma maneira.
Na província de Shandong, por exemplo, os requisitos de admissão para escolas de formação profissional foram reduzidos a cada ano. Comparado com uma pontuação média de 350, necessária em 2002, a pontuação foi reduzida para 190 em 2010 e 180 em 2011.
Apesar dos números em queda dos vestibulandos, o número total de alunos em instituições de ensino superior saltou de seis milhões em 2008 para quase sete milhões em 2012 devido à facilidade cada vez maior dos requisitos de admissão à faculdade. A taxa de admissão entre os vestibulandos subiu para 72,3% em 2011, e espera-se aumentar ainda mais este ano.
A política tem sido amplamente criticada como baratear o valor do ensino superior, e criar um excesso de licenciados que entram num mercado de trabalho que não tem a capacidade de empregar todos eles.
Xiong Bingqi, vice-diretor do Instituto Século XXI de Pesquisa da Educação, comentou sobre as pobres perspectivas de emprego dos diplomados chineses no QQ.com, “Encontrar um emprego após a formatura da faculdade tornou-se mais difícil agora. Alguns estudantes acreditam que a atual taxa de retorno de uma educação universitária é muito baixa, e que a qualidade da educação universitária não é competitiva o suficiente, então, eles optam por não fazer os exames da faculdade.”
Alguns especialistas preveem que muitas instituições chinesas de ensino superior enfrentarão falência ou encerramento nos próximos 10 anos.